Política

JERÔNIMO SINALIZA GOVERNO DE CONTINUIDADE AINDA SEM MARCA PESSOAL (TF)

Por enquanto, só projetos requentados ou em andamento no estado foram anunciados
Tasso Franco ,  Salvador | 30/01/2023 às 18:35
Governador Jerônimo ao tomar posse no cargo
Foto: SECOM
  
  Passado o primeiro mês do governo Jerônimo Rodrigues o que podemos perceber é que sua gestão será de continuidade dos projetos iniciados pelos petistas Jarques Wagner (2007/2014) e Rui Costa (2015/2022) ainda sem uma identidade própria. Em release divulgado na semana passada a SECOM informou que o governador baiano esteve no encontro de Lula com os 27 governadores e apresentou as seguintes demandas ao presidente: a conclusão da FIOL, a construção da Ponte Itaparica-Salvador e agenda de duplicações das BRs projetos, os quais o primeiro vem se arrastando desde o governo Dilma Rousseff e a ponte apelidada pela oposição na Assembleia, de "fantasma", nunca saiu do papel apesar de toda marola feita por João Leão quando coordenou o projeto e era vice-governador do Estado. 

  Hoje, não se sabe se o governador Jerônimo entregará a missão de erguer a ponte ao seu vice Geraldo Jr, por enquanto com as mãos abanando e sem uma tarefa específica à cumprir, ou se ele própriom tocará o projeto que, como sabemos, já foi assinado um termo de compromisso com um grupo empresarial chinês, mas falta dinheiro. 

  Certa ocasião perguntaram a Noberto Odebrecht se sua empresa toparia fazer essa ponte e ele deu uma resposta empresarial clássica: Se arranjarem o dinheiro construiremos sem problemas pois temos gente e tecnologia para isso. Imagina-se que os chineses estão aguardando exatamente o dinheiro para levantar a ponte a essa altura investimentos que giram em torno de 7 a 8 bilhões de reais. Tecnologia a China tem demais para construir pontes haja vista os complexos viários instalados mo seu país, no mar, nas montanha, nos pântanos.

  Veja o que disse o governador no encontro do Lula, segundo nota da SECOLM: “Apresentamos ao presidente e aos ministros as demandas da Bahia, principalmente em relação à segurança pública, saúde, educação e infraestrutura, a construção da ponte que vai ligar Salvador e Itaparica e o desenvolvimento da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), além de uma agenda de duplicação das BR’s que passam pelo Estado. Em conjunto com os outros governadores do Nordeste, apresentamos uma demanda para que a utilização de energia renovável na rede nacional seja facilitada”.

  Demandas para segurança, saúde, educação e infraestrutura são normais a qualquer governo assim como recuperação e duplicações de estradas e o governo precisa detalhar que projetos são esses. Está tudo muito vago, solto, sem amarrações. Anuncia-se, ainda, uma viagem de Lula a Bahia, em fevereiro, para (re)inaugurar Minha Casa e Minha Vida em Feira, Lauro e Santo Amaro projetos ainda do governo Dilma e uma promessa do presidente para uma nova leva do Minha Casa.

  O governador da Bahia quando de seu discurso na Assembleia Legislativa colocou como novo, um projeto seu, o Combate a Fome, mas, parece que é natimorta essa ideia uma vez que se, de fato for investir num projeto dessa natureza terá que dizer onde estão os bolsões de fome no estado, como supri-los de alimentos e quanto vai investir. Acontece que o PT está governado a Bahia há 16 anos e se existe essa fome toda como preconiza Jerônimo, os responsáveis por ela ou por não t_e-la combatido são Jaques Wagner e Rui Costa e ambos não vão gostar disso. Coolocar a fome nas costas de Bolsonaro é até admissivel e hoje, o Brasil assiste a situação calamitosa dos ianomamis, porém, na Bahia parece não haver caso assemelhado. Além do que, só lembrando o que dizia a propaganda do governo Rui na televisão nos últimos anos o estado estava muito bem, quase um paraíso.

  Portanto, não cremos que esse projeto de combate à fome do governador vá à frente.

  Há, ainda, no rol dos projetos em atraso um que é de vital importância para o estado - não citado pelo governadorm - que é a instalação do Porto Sul do interior de Ilhéus para permitir a escoação dos minérios do Sudoeste. Na semana passada, o presidente da CBPM na Bahia, Antonio Carlos Traam, disse em nota que o estado não faturou mais na economia mineral por falta de logística, de um porto. Lembrando, também, que a FIOL e Porto Sul são irmãs gêmeas uma só tem finalidade com a outra: a ferrovia transportará o minério e o porto será a porta de saída para exportação, em comodities ou industrializado.

  Lá atrás, o então secretário do Planejamento do Estado, Walter Pinheiro, dizia que esse projetão - a ponte Salvador a Itaparica, a melhoria da malha rodoviária, a FIOL e o Porto Sul - seria um novo vetor de desenvolvimento do estado. Isso já tem muitos anos e alguma coisa aconteceu, a FIOL implantaram-se alguns trechos e o Porto Sul tem obras por lá, mas nada conclusivo. Poretanto, caberá a Jerônimo com a ajuda de Lula, que reconhecidamente não morre de amores pela Bahia, colocá-los para funcionar.

  Mas, óbvio, essa não seria uma marca pessoal do governo Jerônimo e ele precisa disso para não ser apenas um gestor de continuidade. Vamos, portanto, aguardar nova falas do governador o qual tem até se movimentado na parte política e na área cultural, indo ao Ilê, liberando o Carnaval Ouro Negro e comparecendo a uma feira de saúde, mas isso é pouco para um governador. Como seu mandato está só começando vamos dar um crédito de confiança e esperar o que virá como sua marca de governo. (TF)