Arbitragem anula gol russo a menos de 5 minutos do fim, decisão vai para o shootout, e T.J. Oshie brilha para garantir a vitória americana acertando quatro cobranças
Globo , Rússia, Sochi |
15/02/2014 às 15:33
EUA levam a melhor no hóqei
Foto: Getty Images
A atmosfera amigável da chegada das torcidas ficou do lado de fora da Arena Bolshoi. Dentro do ginásio e, principalmente dentro do gelo, o clima não era nada amistoso. Pelo contrário. Jogadores de Rússia e Estados Unidos se estranharam diversas vezes em uma polêmica e aparentemente interminável partida de hóquei no gelo. Depois de três períodos, um gol russo anulado de forma polêmica, uma prorrogação e 16 cobranças no shootout (espécie de pênalti em movimento), os americanos ganharam a batalha deste sábado, decepcionando a torcida da casa e o presidente Vladimir Putin, um dos mais de 11 mil torcedores na arena.
O lance mais importante do confronto, porém, não foi protagonizado por ninguém que usava o uniforme branco da Rússia ou o azul escuro dos Estados Unidos. Eles estavam usando camisas listradas em preto e branco. Faltando menos de 5 minutos para o fim da partida, o russo Fedor Tyutin acertou um chute de longe e o disco entrou na rede adversária, o que deixaria os donos da casa vencendo por 3 a 2. No entanto, os juízes Brad Meier, americano, e Marcus Vinnerborg, sueco, anularam o gol, alegando que a baliza estava fora do lugar
- Algumas pessoas disseram que o gol tinha se mexido. Eu não sei. Lamentamos que o gol não tenha sido validado, mas a decisão fica com os juízes. O que eu posso fazer em uma situação dessa? Se foi um erro do juiz, tem que haver alguém julgando a atuação dele. Eu acho que foi um erro do juiz, mas nosso papel é se preparar para o próximo jogo – afirmou o técnico russo Zinetula Bilyaletdinov.
A escalação de um árbitro americano foi bastante criticada por jornalistas russos, mas o treinador da seleção anfitriã preferiu minimizar a polêmica.
- Não somos nós que decidimos os juízes. Temos apenas que tomar as coisas como são. Seria melhor ter um juiz de um país neutro, mas não acho que isso iria me incomodar. Acho que o juiz foi bom e não prestei muita atenção a isso – destacou Bilyaletdinov.
A decisão permitiu que um americano se consagrasse. Como o empate permaneceu nos últimos minutos do tempo regulamentar e também na prorrogação, a decisão foi para o shootout. Foi aí que T.J. Oshie, do St. Louis Blues, brilhou. Ele foi chamado seis vezes pelo técnico Dan Bylsma e marcou quatro vezes, inclusive o gol da vitória.
- Minha mão está formigando, meus pés estão formigando. Foi bem tenso lá. Nós sabíamos que ia precisar de 65 minutos e mais (para ganhar). Eu senti um pouco de pressão, mas aí o disco bate no seu taco e você começa a patina. É apenas você e o goleiro. Eu ficava olhando para trás para ver se mais alguém ia chutar, e disse para o pessoal nos últimos chutes “Estou ficando sem jogadas aqui”. Eu não conseguira fazer sem (o goleiro americano Jonathan) Quick fechando a porta lá – disse Oshie.