É o rei das pistas
Marcos Guerra , Moscou |
11/08/2013 às 21:19
Usain Bolt medalha de ouro em Moscou
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Os raios que insistiam a aparecer no céu de Moscou já eram vistos como um sinal momentos antes da largada. A coroa dos 100m está de volta ao seu legítimo dono: Usain Bolt. O jamaicano reinou absoluto no Mundial de Moscou. Na final deste domingo não foi diferente. Deu um novo show, dominou a prova e recuperou a condição de atual campeão mundial. Desta vez ele não queimou a largada como em Daegu, em 2011. O rosto não se escondeu debaixo da camisa, e sim abriu um largo sorriso. Nem a chuva sobre o estádio Luzhniki o impediu de percorrer aos 100m em apenas 9s77 - melhor marca do ano - e levar seu primeiro ouro em Moscou.
- É muito bom recuperar meu título mundial. Eu o joguei fora em 2011, então estou muito feliz agora. Eu sempre fico confiante antes da corrida, nunca me incomodo com nada. Foi assim com a chuva neste domingo - disse o Raio.
O americano Justin Gatlin, único apontado como capaz de bater o Raio, teve de correr atrás do jamaicano até para cumprimentá-lo por sua conquista. Ele até largou na frente, mas ficou com a prata ao cruzar a linha em 9s85. O jamaicano Nesta Carter completou o pódio com a marca de 9s95.
O tempo em Moscou fechou justamente na hora da final mais aguardada. O calor deu lugar a chuva e trovões. Cenário para uma nova decepção de Bolt? Nada disso. O recordista mundial estava preparado para tudo. Com seu jeitão de showman, improvisou um guarda-chuva imaginário e voou. Teve uma largada ruim, mas ainda assim melhor do que de costume e passou Gatlin no meio da corrida para dominar mais uma vez.
- Eu estava confiante de que venceria esta corrida. Eu sabia que os primeiros metros seriam a parte mais importante da corrida. Eu me certifiquei de fazer uma largada um pouco melhor e nos 50 metros finais eu apenas me deixei levar - explicou Bolt.
A chuva deu uma trégua para a festa de comemoração do astro. Ele bateu no peito, deu volta olímpica, festejou com a torcida e fez a famosa pose do Raio. A trilha sonora de sonora de Bob Marley voltou a soar no Luzhniki para saudar o recordista mundial. Uma cena que tem tudo para se repetir mais duas vezes em Moscou, nos 200m rasos e no revezamento 4x100m rasos. Afinal, bater Usain Bolt parece cada vez mais uma missão impossível.
O reinado do jamaicano tem vida longa. Sobrevive ao escândalo de doping que manchou a imagem de seu maior rival nesta temporada, o americano Tyson Gay, e também de um amigo e compatriota, Asafa Powell. Bolt se blindou e mostrou na pista por que é soberano, mas ressalta que a ausência dos principais rivais não fez sua conquista ser mais fácil - o jamaicano Yohan Blake, campeão em 2011, também ficou fora da disputa por causa de uma lesão.
- Eu nunca acho que um título como este é fácil. Eu trabalho duro. Eu sou um campeão porque continuo me esforçando não importa o que aconteça. Eu me submeto à dor e a tudo para ser um campeão. Eu estou fazendo minha parte. Correndo rápido, ganhando títulos. Sempre limpo - afirmou o Raio.