O trajeto da BR-324 atual é diferente da antiga estrada de G ois Calmon que passava por Passe e Berimbau
Quem primeiro construiu essa estrada ligando Salvador a Feira de Santana foi o governo de Francisco Góis Calmon (1924/1928) que era advogado, banqueiro e intelectual das letras com legado de obras sobre a economia da Bahia no século XX.
Foi Gois Calmon, inicialmente apoiado por JJ Seabra, quem derrotou o "seabrismo" que governou a Bahia por 12 anos (1912/1924) já rompido com Seabra desde a eleição e representava a burguesia agrária e comercial.
Não vamos entrar nesse detalhe de como Seabra se afastou de Gois Calmon antes do pleito, até porque Seabra era de outra corrente politica e não do poderoso Miguel Calmon Du Pin e Almeida (parente de Francisco Góis Calmon) e ministro de estado em três governos (Afonso Pena, Nilo Peçanha e Artur Bernades) e focar na construção da estrada.
Góis Calmon assumiu o governo em 29 de março de 1924 e implantou o primeiro sistema (ou planno) rodoviário da Bahia e que vai substituir ao longo do tempo o ferroviário. Foram implantados segundo relatório encaminhado a Assembleia Legislativa 900 km de rodovias.
Até então, a ligação de Salvador com a região Norte (Juazeiro) se dava por ferrovia, mas não passava por Feira, e seguia via Alagoinhas, Serrinha, Bonfim, Juazeiro (1860/1900). Ainda não existia o automóvel.
Os automóveis particulares chegaram em Salvador em 1906, com o engenheiro Lanat. Nos governos Seabra predominam os bondes elétricos. Já no governo Gois Calmon entre a primeira e segunda quadra de 1920 houve o crescimento dos automóveis particulares e caminhões e Feira de Santana já era um subcentro importante na economia baiana com a agropecuária e a região produzia açúçar. Calmon, por posto, era ligado a indústria açucareira.
Já existam trechos municipais na linha Salvador-Feira, mas, não eram inteligados. Passé se ligava com Feira; Berimbau, idem.
No relatório que apresentou na Assembleia Legislativa, em abril de 1925, (vide em A Trilha Perdida - caminhos e descaminhos do desenvolvimento baiano no século XX, de Noélio Dantaslé Spinola, Editora UIIFACS, 2009) ) a respeito das estradas de rodagem - depois do açucar o tema de sua predileção (observação do autor) - diz no relatório: - O progresso de nossa produção, a propaganda feita pelo governo pela Imprensa Official e os auxilios que tem concedido a reconhecida necessidade de viagens mais cômodas e rápidas para automóveis determinaram esse extraodrinário moviment5o da iniciativa municipal e individual de nossas velhas estradas e abertas novas ()estão quase prontas de Açagoinhas a Irará; de Serrinha a Feira de Santana; de Geremoabo a Queimadas e deste ponto a Patrocínio do Coité e a Cícero Dantaws; desta capital a São Sebastião e de Brotas a Feira de Santana; desta localidade a Mundo Novo, por Camissão e Monte Alegre e ainda para Berimbau e Serrinha; etc, etc.
Como informou o governador na mensagem, a construção de algumnas estradas de rodagem foi iniciativa dos governos municipais e de particulares e o estado se incumbiu da construção de obras de arte e fornecia um subsídio por km construido. Assim, a Salvador-Feira (ainda estadual) foi inaugurada em 1924 e plena em 1925. Também foi inaugurada uma via para Santo Amaro em concreto armado, uma das primeiras do país.]
HOJE É DEDERAL
A BR-324 é uma rodovia federal, com início na cidade de Balsas (MA) e término em Salvador (BA). No estado da Bahia, a via atravessa uma região de alta densidade demográfica e é utilizada para acesso à capital do estado.
Um dos trechos mais importantes da rodovia é a partir da cidade de Feira de Santana até Salvador, pois nesse segmento a BR-324 faz conexões com a BR-116, BR-101 e BR-110. Foi asfaltada em 1960.
Com extensão de 113,2 quilômetros em pista duplicada, está sob administração privada da Viabahia Concessionária de Rodovias S. A.
Em junho de 2013, este trecho recebeu o nome de Rodovia Engenheiro Vasco Filho.