Cultura

YEMANJÁ É A ORIXÁ DA UNANIMIDADE EM SALVADOR, DOS POBRES E DOS RICOS

Cada pessoa tem seu preceito e vai ao Rio Vermelho louvar a orixá com flores, perfumes, ovos cozidos, bananas, charutos e sabonetes
Tasso Franco ,  Salvador | 02/02/2025 às 20:26
Ovos cozidos e bananas nas têmporas e flores ao mar
Foto:
  O 2 de fevereiro em Salvador é uma festa visualmente linda. Um cenário encantador com o mar Tenebroso ao fundo, o Atlântico bravio, a enseada do Rio Vermelho com recortes de pedras em vários trechos e piscinas naturais quando a maré está baixa, e um povo de santo repleto de fé nos seus orixás que proporcionam imagens fantásticas e dão inspiração a fotógrafos, videomakeres, artistas e assim por diante.

  São tantos os mistérios e as obrigações com a orixá que fica dificil para um leigo - e a maioria de quem vai a festa é leiga - entender o que representa, por exemplo, passar ovos cozidos e bananas nas têmporas (como se pode ver na foto), pessoas que jogam sal na areia banhada pelo mar e pisam nele, fiéis que fumam charutos à beira mar e fazem orações, outros que lançam flores (a maioria) e aqueles que levam balaios contendo além das flores (quase sempre rosas), perfumes, sabonetes, espelhos, colares e outros.

  Que a orixá é vaidosa, sabe-se bem. Que parece ser a segunda mais querida da Bahia (o primeiro é Oxalá) sem dúvida e que a romaria cresce a cada ano no Rio Vermelho, mas, não só na cidade do Salvador e neste local e também em Arembepe, Barra, Ribeira, Buraquinho (Lauro de Freitas), Ilhéus e Itacaré e trata-se de uma evidência seu crescimento.

  Uma outra coisa que chama a atenção é o fato de Yemanjá ser querida de todas as classes sociais (ricos e pobres), de todos os credos e etnias e vê-se, como vimos hoje, tanto os negros dos candomblés quanto os classe média do Itaigara lançando flores a orixá e fazendo preces. É um encanto. Algo fantástico, independente do lado profano que tem suas estripulias, mas também faz louvores a orixá até em baladas. (TF)