Cultura

O teatro vai invadir a praia de Armação, em Salvador, durante o Verão

O projeto tem o patrocínio do Governo do Estado, através das secretarias da Cultura (Secult/Fazcultura) e Fazenda (Sefaz), e conta com o apoio da Prefeitura de Salvador, Polícia Militar da Bahia.

Darana , Salvador | 02/01/2013 às 21:30
A Coisa, um dos espetáculos
Foto: Márcio Lima

Muito humor, irreverência e poesia marcam a quarta edição do Teatro na Praia. O projeto integra a programação do evento Verão e já tem atrações confirmadas para cada domingo de janeiro, na Praia de Armação. Quem dará inicio às apresentações será Jackson Costa, com o recital poético A Coisa. No segundo domingo (13), é a vez do Eletropopcomédia, interpretado por Márcia Andrade, seguido de Um Caso de Língua, com Urias Lima (20) e o stand’ up comedy Humor sem Regras, com Guga Walla, que encerrará o festival de teatro no dia 27. As peças serão encenadas sempre, das 16h às 16h45.

A grade teatral é formada por comédias e espetáculos que não exigem recursos cênicos como cenário e iluminação. Essa premissa relaciona-se com o espírito de alegria que envolve tanto o evento e a estação, com as limitações técnicas por estarmos apresentando teatro num palco na praia, durante o dia”, explica o produtor cultural, Aétio Filho, ressaltando que o foco é a performance dos artistas e  a diversidade de linguagens.

JACKSON COSTA – A COISA

 Em A Coisa, o ator Jackson Costa e o diretor Paulo Dourado criaram uma estrutura, que aproxima a velha forma do “recital poético” de públicos de jovens (em sua maioria desacostumados à poesia e, sobretudo à poesia oral), embora o espetáculo seja dirigido a todos os tipos de público. Para tanto, se valem de uma banda de apoio que articula o uso da música eletrônica a uma pitada de rock’n roll na levada da percussão afro-brasileira, criando uma ambiência sonora e rítmica capaz de fazer, por exemplo, as palavras de Gregório de Mattos (Séc. XVI) soarem como um “rap” contemporâneo, reverberando e magnificando o seu conteúdo satírico e profundamente atual.

Esse é o caminho d’A Coisa. Contando com o apoio de uma banda, formada por músicos populares e realizando a projeção através de um datashow durante a encenação os poemas do título do poema, do nome do autor, do ano da criação e de outras informações relevantes.  A Coisa configura-se através de uma teatralidade à semelhança de um “show” de música pop e é a partir dessa estratégia que o espetáculo evolui. Acredita-se que o contato com a poesia – desde que haja um pacto de comunicabilidade –  é um poderoso instrumento de promoção dos indivíduos, atuando sobre a sua visão do mundo, sobre o seu uso das palavras, sobre o seu corpo e emoções, estimulando a percepção de si mesmo e do outro e, sobretudo provocando o surgimento de relações mais ricas e complexas entre as circunstâncias supostamente dadas e o desejo.

 MÁRCIA ANDRADE - ELETROPOPCOMÉDIA

 Safira, uma mulher madura, depois de uma desilusão amorosa, começa a escrever um blog na internet onde comenta sua vida e amenidades. O blog faz muito sucesso e sua vida dá uma reviravolta quando é convidada a apresentar um programa na rádio. O espetáculo se passa na estréia do programa entitulado "Bebi Falei". No espaço de duração do programa, ela vai falar barbaridades sobre homens,  mulheres e seus relacionamentos, sua visão política do país, produção cultural, televisão, culinária, celebridades e o que estiver em evidencia no momento. O formato é de uma revista eletronica onde Safira interage com os ouvintes, toca trechos de músicas e recebe telefonemas da direção chocada com suas declarações e ameaçando demití-la. Acontece que a audiência sobe assustadoramente e encerra o programa muito mais poderosa do que começou. O cenário é uma mesa com papéis espalhados sobre ela, um microfone, uma luz vermelha e um headphone.

 

URIAS LIMA – UM CASO DE LÍNGUA

Este espetáculo é resultado de uma vasta pesquisa sobre a formação da Língua Portuguesa no Brasil e busca ressaltar aquilo que se aproxima e se diferencia da matriz lingüística de Portugal e de outros países colonizados pelos portugueses. Com formato solo, a peça traz dois aspectos inéditos: primeiro, por fazer uma abordagem da formação da Língua Portuguesa no Brasil por meio do teatro; segundo, por utilizar-se da literatura sobre a “construção” do idioma para construir um texto dramático, de viés cômico, sobre aquilo que amalgama como Nação – a língua.

Centrado em três pilares: informação, teatro e entretenimento, a peça se desenvolve com a criação de imagens corporais que dão vida a textos literários e faz uma releitura de trava-línguas, ditados populares e fragmentos de músicas e de poemas.

O espetáculo amplia a visão e compreensão do universo da Língua Brasileira, onde convivem as transgressões, corruptelas, apropriações, extravagâncias linguísticas e estilísticas e que, pluralista e permissiva, vai além da comunicação: informa, agrega, identifica e socializa. De temática abrangente, este espetáculo despertou o interesse de estudiosos, linguistas, professores – vetores exponenciais da disseminação de sua importância para o ambiente cultural e educacional do país -, bem como de estudantes do ensino fundamental, médio e universitário.

GUGA WALLA  - HUMOR SEM REGRAS

Revelação dos palcos baianos, Guga Walla vai colocar o humor no roteiro do interior do estado da Bahia e em algumas capitais do Brasil! À frente do espetáculo “Humor Sem Regras”, o artista baiano vai mostrar um show cômico, sem classificações, imperdível.

Guga Walla tem como matéria-prima o cotidiano. É dele que o artista extrai as anedotas da vida comum e faz a platéia enxergar o “ridículo”, o “inexplicável”, o “absurdo”, o “patético”, enfim, a comédia nem sempre percebida que nos ronda a cada dia. O resultado é a sensação de já ter sido personagem de cenas hilárias, “inacreditáveis”! É a rotina da vida com uma maquiagem cômica.

O humorista vai mostrar, entre os risos e as gargalhadas da platéia, porque conquistou o respeito de “feras” da cena nacional da arte da fazer rir. A única lei é o riso.

Guga Walla é hoje referência com sua personagem Jair, torcedor do time do Bahia, que vive “esculambando”!!  A cada apresentação, um momento novo, um espetáculo que não vai se repetir.

Além de situações inusitadas, Guga Walla faz rir com piadas sobre a era digital, músicas, filmes, relação a dois, e outros temas. “Toda pessoa comum é um humorista da vida cotidiana. Quem nunca passou por uma situação e, ao contar aos amigos, fez com que todos caíssem na gargalhada?”, pergunta ele.