Que fazem os politicos baianos que dizem defender a UFBA? Dizem que também estão adormecidos
Tasso Franco , Salvador |
27/04/2025 às 11:36
Subiu e paralisou
Foto: BJÁ
A trilogia performativa “A-sombra-ação”, desenvolvida pelos alunos de Interpretação teatral da Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que foi apresentada no último mês de fevereiro, em protesto diante paralisação das obras do prédio que vai abrigar as oficinas e expsnaõ da faculdade, há mais de uma década sem colocar um novo prego foram um grito de alerta, porém, nada adiantou.
Na época, o release dizia: "Criada coletivamente na disciplina Rito e Performance, a obra utiliza a Performance Art como meio de denúncia e resistência, ressaltando o impacto da falta de território para a expressão e o ensino das artes cênicas. Inspirados na obra “Fantasmagorías Brxsil”, de Padmateo, e em trabalhos como “Madresmorta”, de Marcinha Baobá, os estudantes exploram uma poética espectral para dar voz às dores e indignações da comunidade teatral".
De acordo com os alunos, “A-sombra-ação” transcende a condição de protesto: é um grito artístico e coletivo, convocando a sociedade a refletir sobre o abandono do patrimônio público e a invisibilidade imposta aos artistas em formação. Mesmo sem um espaço físico digno, os estudantes reafirmam a presença e a força transformadora da arte.
HISTÓRIA
Fundada em 1956 pelo então reitor Edgard Santos, a Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) é a primeira instituição de ensino superior dedicada ao teatro no Brasil e na América Latina. Desde sua criação, desempenha um papel fundamental na formação de profissionais das artes cênicas e na valorização da cultura teatral no país.
Sob a direção inicial de Eros Martim Gonçalves, a escola foi instalada no Solar Santo Antônio, um espaço de arquitetura histórica e exuberante área verde, adaptado ao longo dos anos para atender às necessidades acadêmicas e artísticas. Em 1958, foi inaugurado o Teatro Santo Antônio, posteriormente reformado e renomeado como Teatro Martim Gonçalves, um importante palco para experimentações e apresentações teatrais.
A evolução da escola trouxe expansão estrutural e acadêmica, incluindo a implementação do curso de licenciatura nos anos 1980 e a criação do programa de pós-graduação no final da década de 1990. Essa ampliação gerou a necessidade de novas instalações, culminando em projetos de expansão, como a modernização do Teatro Martim Gonçalves e a construção dos laboratórios cênicos.
No entanto, as obras de ampliação iniciadas em 2012 enfrentaram diversos desafios. Interrompidas por questões contratuais e pela crise financeira que impactou as universidades públicas, a construção sofreu novos atrasos devido à pandemia da COVID-19. Em 2024, o último repasse de recursos para a UFBA pelo PAC das Universidades não contemplou a Escola de Teatro, deixando a instituição sem os projetos executivos necessários para a retomada das obras.
ÚLTIMAS NOTICIAS (SITE DA UFBA)
Produzida pela Companhia de Teatro da UFBA, a peça “A Visita da Velha Senhora” é uma das finalistas da categoria Destaque Nacional do Prêmio Shell. O resultado será divulgado na próxima terça-feira, 18 de março, durante cerimônia no Rio de Janeiro. Escrita pelo suiço Friedrich Dürrematt, com dramaturgia da professora emérita da UFBA Cleise Mendes, direção do teatrólogo e docente Gil Vicente Tavares, também da UFBA, o espetáculo está entre os quatro selecionados para concorrer ao prêmio. A peça ficou em cartaz em setembro de 2024, no Teatro Martim Gonçalves, em Salvador, .
As outras três montagens que concorrem com o espetáculo baiano na 35ª Edição do Prêmio Shell de Teatro são: “A Força da Água” (Fortaleza – CE) – “Marku Musical” (Belo Horizonte – MG) e “Opera Febril” (São José dos Campos – SP). Criada na edição passada, a categoria Destaque Nacional é voltada a espetáculos teatrais de todo país, com exceção das capitais, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2024, o Prêmio Shell de Teatro contou com 90 espetáculos inscritos, de todas as regiões do país, das capitais e também do interior, confirmando o alcance nacional da premiação.
Produção artística da UFBA valorizada
Para o diretor da Escola de Teatro da UFBA, professor Claudio Cajaíba, essa indicação vem num momento muito importante para a Escola de Teatro e para a Universidade Federal da Bahia, pois é a primeira vez que a Cia de Teatro recebe um reconhecimento dessa amplitude em nível nacional. “A Cia coleciona muitos prêmios, inclusive fora do estado. Mas o fato da montagem “A Visita da Velha Senhora” ser indicada entre 90 produções brasileiras traduz a perseverança, a dedicação e o incentivo que a UFBA, sua Administração Central, promove através da sua produção artística”, destacou Cajaíba.
“Tivemos o grande privilégio de ter entre nós, na qualidade de professora visitante notório saber, a grande atriz brasileira Ítala Nandi, cuja presença desencadeou a montagem. E ela veio através de um projeto da Proext, que traz para a Universidade exatamente o conhecimento de pessoas que sempre estiveram fora dela, mas cuja contribuição à sociedade é imprescindível e relevante”.
Cajaíba acrescenta que se somaram à peça estudantes e antigos talentos do teatro da Bahia, de pessoas que sempre tiveram uma trajetória com a Escola, na condição de artistas convidados, como Celso Júnior, Frank Menezes, Lúcio Tranchesi e Rui Mantur. (Ver ficha técnica completa no final desta matéria).
“E essa reverberação nacional vai nos ajudar a lançar nossa campanha de mobilização para que em 2026, ao completar 70 anos, essa velha senhora que é a Escola, possa mostrar que a primeira instituição de ensino superior de teatro do país continua em plena forma”, alegrou-se.