Marcelo está fora da chapa majoritária
Com o anúncio do Democratas de lançamento da pré-candidatura ao Senado do ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, na próxima semana, e presença de José Serra na cidade princesa, a Bahia passa a ter dois postulantes ao Senado nas próximas eleições. O outro é o senador César Borges (PR), candidato à reeleição na chapa Geddel Vieira Lima (PMDB). Ainda falta a confirmação dos nomes dos outros partidos, embora, diga-se, que estaria certa a indicação do deputado Édson Duarte, no PV.
O que mais se discute no meio político é a composição da chapa do governador Wagner, candidato à reeleição e apontado como favorito pela última pesquisa DataFolha, porque desde o não de César criou-se um vácuo ainda não equacionado no âmbito do PT e da coligação. Algumas luzes novas, no entanto, apontam que o governador fechará mesmo com Otto Alencar na vice; e os deputados Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB), ao Senado. Essas luzes emanaram para o governador durante a votação do empréstimo proposto pelo Chefe do Poder Executivo no montante de R$563.7 milhões, junto ao BNDES, e a dificuldade que foi a aprovação da matéria. Wagner acompanhou a sessão da ALBA pela internet até às 4 horas da manhã do dia 20 e ficou admirado com duas atuações: dos deputados Marcelo Nilo (PDT), presidente da Casa; e do seu líder Waldenor Pereira (PT); e decepcionado com a fala dura e crítica da deputada Marizete Pereira (PMDB), esposa do vice-governador, contra o governo, casal que supunha ter uma amizade pessoal. Vencida a batalha na noite do dia 20, o governador parabenizou a postura leal e qualificada de Nilo, o qual, conseguiu conduzir os trabalhos no plano regimental sem falhas; e o esforço do líder Waldenor. Em conversa com Marcelo, no feriado de Tiradentes, sondou-o para o Senado. O presidente da ALBA desconversou dizendo que não era seu perfil. Wagner insistiu argüindo que era possível elegê-lo e resolveria o problema interno do PT. Marcelo ficou olhando para as nuvens como diz Sebastião Nery.A conversa não evoluiu. Em reflexão posterior, Wagner analisou que, em sendo seu líder na Assembleia Legislativa, Waldenor Pereira (PT), candidato a deputado federal, Marcelo é fundamental para seu projeto político na ALBA. Sem ele, quem faria o papel de condutor do processo? Paulo Rangel (PT)! Álvaro Gomes (PCdoB)! Roberto Muniz (PP)! Capitão Tadeu (PSB)! Todos bastante preparados para a missão e merecedores de crédito. A questão é que Marcelo, além de ter esses atributos, caiu na confiança plena do governador, em recíproca verdadeira. Postas essas luzes em novo cenário, a alternativa Marcelo para a chapa majoritária findou-se. Ao que tudo indica, pois, o governador está propenso a fechar a composição com Otto (vice), Pinheiro e Lídice (Senado) e preservar Marcelo para a presidência da Assembleia, em 2011, caso seu projeto político seja vitorioso. Quanto à posição de Pinheiro na chapa, "in pectore" e "in votos" (esta segunda expressão latina não existe na real e foi criada pelo articulista) é mais adequada politicamente. E a hora não é de surpreender mais, nem mesmo com discursos da deputada Marizete.