Política
Tasso Franco
24/04/2010 às  07:21

NOVAS LUZES NO CENÁRIO DE WAGNER

Marcelo está fora da chapa majoritária


Com o anúncio do Democratas de lançamento da pré-candidatura ao Senado do ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, na próxima semana, e presença de José Serra na cidade princesa, a Bahia passa a ter dois postulantes ao Senado nas próximas eleições. O outro é o senador César Borges (PR), candidato à reeleição na chapa Geddel Vieira Lima (PMDB). Ainda falta a confirmação dos nomes dos outros partidos, embora, diga-se, que estaria certa a indicação do deputado Édson Duarte, no PV.             O que mais se discute no meio político é a composição da chapa do governador Wagner, candidato à reeleição e apontado como favorito pela última pesquisa DataFolha, porque desde o não de César criou-se um vácuo ainda não equacionado no âmbito do PT e da coligação. Algumas luzes novas, no entanto, apontam que o governador fechará mesmo com Otto Alencar na vice; e os deputados Walter Pinheiro (PT) e Lídice da Mata (PSB), ao Senado.

            Essas luzes emanaram para o governador durante a votação do empréstimo proposto pelo Chefe do Poder Executivo no montante de R$563.7 milhões, junto ao BNDES, e a dificuldade que foi a aprovação da matéria. Wagner acompanhou a sessão da ALBA pela internet até às 4 horas da manhã do dia 20 e ficou admirado com duas atuações: dos deputados Marcelo Nilo (PDT), presidente da Casa; e do seu líder Waldenor Pereira (PT); e decepcionado com a fala dura e crítica da deputada Marizete Pereira (PMDB), esposa do vice-governador, contra o governo, casal que supunha ter uma amizade pessoal.

            Vencida a batalha na noite do dia 20, o governador parabenizou a postura leal e qualificada de Nilo, o qual, conseguiu conduzir os trabalhos no plano regimental sem falhas; e o esforço do líder Waldenor. Em conversa com Marcelo, no feriado de Tiradentes, sondou-o para o Senado. O presidente da ALBA desconversou dizendo que não era seu perfil. Wagner insistiu argüindo que era possível elegê-lo e resolveria o problema interno do PT. Marcelo ficou olhando para as nuvens como diz Sebastião Nery.

A conversa não evoluiu. Em reflexão posterior, Wagner analisou que, em sendo seu líder na Assembleia Legislativa, Waldenor Pereira (PT), candidato a deputado federal, Marcelo é fundamental para seu projeto político na ALBA. Sem ele, quem faria o papel de condutor do processo? Paulo Rangel (PT)! Álvaro Gomes (PCdoB)! Roberto Muniz (PP)! Capitão Tadeu (PSB)! Todos bastante preparados para a missão e merecedores de crédito. A questão é que Marcelo, além de ter esses atributos, caiu na confiança plena do governador, em recíproca verdadeira.

Postas essas luzes em novo cenário, a alternativa Marcelo para a chapa majoritária findou-se. Ao que tudo indica, pois, o governador está propenso a fechar a composição com Otto (vice), Pinheiro e Lídice (Senado) e preservar Marcelo para a presidência da Assembleia, em 2011, caso seu projeto político seja vitorioso. Quanto à posição de Pinheiro na chapa, "in pectore" e "in votos" (esta segunda expressão latina não existe na real e foi criada pelo articulista) é mais adequada politicamente.

E a hora não é de surpreender mais, nem mesmo com discursos da deputada Marizete.

           


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