Shows

SINDICATO DE CORDEIROS QUER ALVARÁ PARA BLOCOS DE CARNAVAL COM TAC

vide
| 10/03/2010 às 14:25
Representantes do Sindicato dos Cordeiros com o vice-prefeito Edvaldo Brito
Foto: SECOM
A direção do Sindicato dos Cordeiros entregou hoje pela manhã (10.03) o
relatório do Carnaval 2010 ao coordenador geral da festa, o vice-prefeito
Edvaldo Brito. Estavam presentes o presidente Percival Bispo, o tesoureiro
Mateus Silva e o secretário Matias Silva. O documento é acompanhado por um
cd com dezenas de fotografias que atestam as irregularidades cometidas pelos
blocos, como o pagamento de diária abaixo do estipulado pelo Estatuto das
Festas Populares e o Termo de Compromisso assinado na Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), o não fornecimento de luvas, protetor
solar e água, e a contratação de adolescentes, grávidas e idosos.

O trabalho de fiscalização do sindicato foi feito por 15 pessoas durante os
seis dias de folia na Barra e no Campo Grande. Somente os blocos Meu e Seu e
Filhos de Gandhy cumpriram o que exigia o Termo de Compromisso. Os cordeiros
dos blocos Araketu e Ilê Aiyê reclamaram da falta de pagamento das diárias e
foi preciso realizar audiências na SRTE para que recebessem o dinheiro.

Os sindicalistas querem rediscutir o lanche, pois alegam que dois pacotes de
biscoitos da pior qualidade e duas barras de cereais não matam a fome de
quem trabalha mais de 12 horas por dia. Eles informam que o cordeiro chega
cedo para segurar a corda, mas, por conta dos atrasos, muitas vezes só vai
trabalhar seis horas depois. E, na hora da saída do bloco, já com fome,
recebe lanche e água quente para todo o percurso. "Com o atraso quem é
prejudicado é o cordeiro, pois não recebe hora extra e nem insalubridade.
Estamos pensando em propor a distribuição de um sopão na concentração,
patrocinado por alguma empresa ou pelos blocos, para diminuir a fome", diz
Percival.

MATA FOME

O tesoureiro Mateus Silva defende que o lanche oferecido pelo bloco seja "um
almoço leve, nutritivo, que garanta força para quem vai segurar a corda, e o
suco é essencial, pois ajuda a hidratar, mas que não seja quente, exposto ao
sol, como tem sido até hoje".

Eles denunciam que este ano faltou cordeiro, e apenas 45 mil trabalharam,
pouco mais de 60% do ano passado, o que teria feito com que alguns blocos
importassem trabalhadores de cidades vizinhas. O motivo, eles acreditam, são
as condições de trabalho com uma diária muito barata. Para o próximo ano, o
sindicato reivindica que os cordeiros tenham direitos comuns a outros
trabalhadores garantidos na lei, como insalubridade - por conta da exposição
ao som alto -, hora extra e adicional noturno. "É interessante também que
seja criada uma farda por cada bloco, incluído aí o sapato, que já está na
pauta da SRTE para as reuniões que começam na próxima semana reunindo o
órgão, os blocos e os cordeiros", informa o secretário Matias Silva.

E um pedido dos sindicalistas: que a prefeitura não libere o alvará em 2011
para o bloco que não assinar o Termo de Compromisso na Superintendência
Regional do Trabalho e Emprego. "O Algodão Doce não assinou e só pagou
diária de R$ 15, num total desrespeito ao Estatuto e ao Ministério do
Trabalho", declara Mateus.

O coordenador geral do carnaval Edvaldo Brito recebeu o documento e vai
entrar em contato com a SRTE para ser informado sobre as punições. No final
da audiência, pediu que continuem trabalhando juntos para o aprimoramento do
Estatuto das Festas Populares e, consequentemente, a melhoria da situação
de todos os trabalhadores da folia.