Como acontece há mais de 80 anos, os protestos contra políticos e a irreverência dos foliões, mais uma vez, marcaram a Mudança do Garcia, nesta segunda (15). Sobrou para o prefeito, para o governador e para os pré-candidatos às próximas eleições. Neste ano, o bloco veio com uma significante diferença: o tradicional desfile de cavalos e jegues e carroças foi mais restrito por causa de exigências feitas pelo Ministério Público da Bahia.
Foi assinado um documento pelos organizadores do evento que se comprometeram a não usar animais para puxar as carroças durante o desfile. O MP-BA fez exigências para que não fossem usados cavalos e jegues para puxar as carroças que acompanham o público durante o desfile. O número de carroças diminuiu de 20 para 15 e os cavalos de 40 para 20
A presença dos políticos foi discreta. Mesmo assim os foliões se divertiram e usaram a criatividade para demonstrar suas preferências e opiniões sobre a atual conjuntura política na Bahia e no Brasil.
O Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindseps) assinou uma faixa que
fazia uma soma irônica. "Bode + Carneiro = Geddel".
Wagner não ficou de fora dos protestos. Longe disso. Uma das faixas que criticavam o governador da Bahia rimava o som do ‘v' de ‘URV' com o ‘ê' de ‘você'. "Governador, Servidor sem URV não vota mais em você", escrita pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (Sinspeb).
Entre os militantes do PSB, pedidos para que a deputada federal Lídice da Matta assuma um papel mais importante, o de senadora, na chapa do governador Jaques Wagner.
Militante partidária, a estudante Marcela Neves, 22 anos, conseguiu resumir o espírito da festa com imparcialidade. "Com ou sem jegue, com ou sem políticos, o importante desta festa é que todos venham expressar suas opiniões de maneira democrática e, acima de tudo, com muita alegria. É o propósito do Carnaval. Por isso, a Mudança do Garcia resiste sempre forte, há tanto tempo, mesmo com todas as dificuldades", declarou.