A eterna rainha do Axé Music, Sarajane, agitou o folião pipoca na Praça Castro Alves abrindo a programação cultural da Varanda do Glauber, iniciativa da Secretaria de Cultura do Estado, através do Ipac - Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural, Bahiatursa e Espaço Unibanco. A ação tem o objetivo de revitalizar o ambiente da praça e proporcionar mais atrações ao folião pipoca.
"A Praça Castro Alves é um mito que foi decaindo. Com esse projeto de revitalização, queremos iluminar o Centro Histórico e trazer de volta a força, a beleza e democratização do Carnaval de Salvador", afirmou o Secretário de Cultura do Estado, Marcio Meirelles. "Esse homem está revitalizando o centro da cidade", declarou Sarajane, quando convidou o secretário ao palco.
Na varanda, montada na área externa do espaço, a Sarajane cantou hits como "A Roda", de sua autoria, e o clássico "Eu sou Negão" de Gerônimo. O público acompanhou todas as músicas interagindo com a cantora, que não perdeu o ritmo nem por um minuto. O show terminou depois de duas horas de animação.
Na rua, dando continuidade a festa, o Olodum arrastou a multidão que descia a Castro Alves com seu ritmo marcado pelos tambores. O público do bloco e o folião pipoca seguiram o trio marcando compasso da bateria.
Axé do Axé - Quem veio logo em seguida foi o Trio Axé do Axé, comandado por Gerônimo que faz parte da programação do Carnaval Pipoca, programa da Secretaria de Cultura do Estado que traz 17 projetos nos dois circuitos principais da folia, em trios sem corda.
Em frente a Varanda do Glauber, Gerônimo saudou a iniciativa do projeto e disse: " Vamos revitalizar a Praça Castro Alves que é do povo!", logo em seguida convidou o músico Aloísio Menezes e juntos cantaram "Um Sorriso Negro" de autoria de Jorge Portela e Adilson Barbado.
Aloísio Menezes parabenizou a iniciativa da SecultBa em apoiar a diversidade de ritmos durante a festa momesca. "Esse projeto está de parabéns por que tem o sentido de preservar e resgatar o maior carnaval de Salvador". Na praça, o trio agitou ainda com o sucesso "Odé Comorodé" de Sinho da Silva e "Eu sou Negão", de Gerônimo. Na saída do trio, Gerônimo soltou o famoso jargão "Eu vou meter hein!", em referência ao trio que estava entrando na rua Carlos Gomes.
Saudade e Folia - No sentido contrário de Gerônimo, subindo a Praça Castro Alves às duas da manhã, o Trio Tributo a Neguinho do Samba, com Tonho Matéria, Banda Didá, Mestre Jackson e Mestre Anderson Silva (filho de Neguinho) arrastou a multidão que seguia o trio desde o Campo Grande. A contagiante alegria das meninas da Didá embelezou a festa que saudou o mestre e fundador do grupo, falecido em 2009.
Depois da Didá passar, a Varanda do Glauber voltou com a banda Três na Folia com Cláudia Cunha, Sandra Simões e Manuela Rodrigues. A tríade veio com repertório baseado nas vozes femininas da MPB, compositores baianos e claro, clássicos do afoxé. O trio tocou por volta de uma hora e meia agitando a multidão que ainda se esbaldava na rua.
Camarote - Na parte interna da Varanda do Glauber, o camarote recebeu ilustres visitas de artistas e políticos durante toda a noite. Por lá passaram além do Secretário de Cultura Marcio Meirelles, integrantes do Bando de Teatro Olodum, a coreógrafa Cristina Castro, o ator Diogo Lopes Filho, Ary da Matta, além de muitos outros. Durante a passagem dos Trios Olodum, Axé do Axé e Tributo a Neguinho do Samba, os convidados também curtiram a festa lá embaixo, no chão da Praça Castro Alves.