As crianças que se perderam no Carnaval, em situação de risco e vítimas de maus-tratos estão sendo atendidas pela Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) e pela 1ª Vara da Infância e da Juventude. Até o sábado (13), o espaço reservado acolheu 12 crianças, quatro dessas foram encontradas no circuito de festa e dois estão aos cuidados do juizado de menores aguardando conclusão de investigações. Esse número é bem inferior ao registrado em outros carnavais.
Segunda a assessora da Superintendência de Assistência Social da Sedes, Gilza Brito, o espaço do Centro Integrado de Assistência Social (CIAC) já atendeu 43 crianças em carnavais anteriores. Ela acredita que o trabalho em conjunto fortaleceu o senso de responsabilidade garantindo os direitos da criança. "Essa diminuição mostra que o trabalho realizado pela 1ª Vara da Infância e Juventude está dando resultado. As pulseiras de identificação ajudam muito quando um agente da polícia ou do juizado encontra uma criança perdida. O trabalho da polícia é fundamental também. Nestes casos, devem, de imediato, telefonar e informar a ocorrência", avalia.
Desde o primeiro dia de festa uma equipe multidisciplinar com 25 profissionais recebe crianças de zero a 12 anos, em regime de 24 horas, no CIAC, em Ondina. Essa parceria da Sedes com a 1ª Vara da Infância e da Juventude vem executando um plano de ações para abrigar 80 crianças. O atendimento será até a quarta-feira de cinzas (17) e considerará ainda os pais que vão trabalhar na folia e necessitam deixar seus filhos em segurança.
A estrutura do espaço conta com uma equipe com psicólogos, educadores, assistente social, além de alimentação balanceada preparada por nutricionistas. Também são oferecidas salas de jogos, de brinquedos, de televisão com filmes infantis, fora as salas de computadores, um "infocentro" e um "infojunior" ligados à Internet e comandados pela equipe e por voluntários.
"A ação é muito importante e tem a finalidade de minimizar os efeitos psicológicos, não só para as crianças, mas também para os pais. A criança não deve fica exposta ao barulho, à multidão, à confusão ela pode vir pra cá tranquilamente, sendo cuidada por psicólogos, assistentes sociais e pedagogos. Dentro dessa perspectiva, da certeza de que seus filhos estão sendo bem tratados, evidentemente que os pais terão melhores condições psicológicas de praticar o seu comércio e obter com maior elevação da renda familiar", afirma o juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Salomão Resedá.
Ainda segundo o juiz, qualquer pessoa pode denunciar. "Denúncia anônima, pode ser feita pelo telefone 0800 071 3020, que funciona 24 horas por dia. Pode ligar, denunciar maus tratos, pedofilia, exploração do trabalho infantil e ninguém vai procura saber quem esta denunciando, vamos verificar dentro do anonimato da denúncia", completa.
O secretário da Sedes Valmir Assunção falou da iniciativa e comentou as atividades da Sedes neste Carnaval. "Estamos com três importantes campanhas para este ano. Uma contra o trabalho infantil, outra contra a exploração sexual de crianças e adolescentes e a do carnaval sem fome. São atividades diárias envolvendo a Secretaria, voluntários e a sociedade civil. Essa parceria com o Dr. Salomão Resedá vem, nesses últimos três anos, cada vez mais, se fortalecendo. Assim podemos criar oportunidades para as crianças e adolescentes em todo o estado da Bahia e principalmente de Salvador", completa.
SERVIÇOS E MAIS INFORMAÇÕES
1ª Vara da Infância e Juventude
Para denúncias - TEL. 0800 071 30 20
FUNDAC - Fundação da Criança e do Adolescente
Matatu de Brotas
TEL. 55 71 3116 - 2910
Bahia Acolhe
Boca do Rio
TEL. 55 71 3232 - 0887 / 3115 - 1649
CIAC - Centro Integrado de Assistência à Criança
Ondina
TEL: 3116 - 7896
Ministério Público
71 3103 6411/6412/6413
1ª Vara da Infância e Juventude
71 3320 9780/9778
2ª Vara da Infância e Juventude
71 3320 9783/9781
CEDECA
0800 284 5551