O colorido dos grupos culturais se estendeu pelas ruas de Vila Praiana e arrastou uma multidão pelos mais de dois quilômetros do trajeto até a Igreja Matriz de Santo Amaro de Ipitanga, padroeiro de Lauro de Freitas. Na chegada ao templo, foram entoados os hinos ao santo beneditino e ao Senhor Bom Jesus do Bonfim.
Numa mistura de músicas sacras e populares, não faltou a lembrança ao hit evangélico do momento "Entra na Minha Casa". "Lauro de Freitas é uma cidade muito movimentada do ponto de vista cultural. E hoje culminamos a festa do padroeiro com este cortejo maravilhoso, que representa uma riqueza, uma diversidade cultural que devemos sempre valorizar como marca do município: a participação social", disse a prefeita Moema.
A água de cheiro, símbolo de fé, também serviu para amenizar o calor. "Há 48 anos cumpro a minha devoção a Santo Amaro. A cada ano a festa está mais bonita, com mais participação", diz a baiana Antonieta das Neves, 76 anos. Edelzuita do Rosário lembra que tudo começou há mais de 50 anos com uma vassoura, latas d´água e o samba de roda.
"A gente lavava dentro da igreja com muito respeito. Depois caia no samba", afirma. Este ano, o cortejo contou com a presença do grupo de baianas "Eterna Juventude", do Pelourinho, que confecciona a roupa de material reciclado. Depois da lavagem das escadarias, o samba correu solto pela praça com os grupos Saia Rodada, de Areia Branca, e o Samba de Roda do Quingoma.
O secretário de Cultura, Antônio Lírio, ressaltou que Lauro de Freitas é uma cidade extremamente religiosa "e a marca de Santo Amaro de Ipitanga como padroeiro está na cidade, independente de credo. Neste quinto ano após a retomada do cortejo, vemos esta festa ficar maior, com expressões daqui e de outras cidades da região metropolitana.
E a cada ano temos expressões culturais maiores e melhores, com a multidão prestigiando o cortejo", destacou Lírio. O comerciário José Firmino França, 42 anos, acompanhou o cortejo desde o final de linha e disse que "a festa traz de volta a lembrança das raízes da cidade. Eu não sou católico, mas respeito estas manifestações e gosto de ver".