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MENSAGEM:
Nossos sonhos nós mesmos sonhamos.
Nos últimos dias a imprensa foi assediada com pautas sobre a (famigerada) Ponte que pretende-se construir ligando Salvador à Ilha de Itaparica. Vale dizer que esse sonho pertence ao povo itaparicano, e apenas a ele. Não foi sonho sonhado por estrangeiros, estranhos ao local. Entenda como quiser.
Em primeiro lugar é bom dizer que, sendo o sistema ferry boat eficiente, a Ponte é perfeitamente dispensável . Além disso, estando as estradas que seguem para Sto.Antônio de Jesus/Nazaré em perfeitas condições para tráfego, oferecendo segurança aos motoristas, o trajeto entre Salvador e a Ilha leva cerca de 3 horas que, convenhamos, é bem menos que 5, 6 ou mais horas de espera na fila.
Perceba que até o momento nada foi dito ou perguntado sobre a Ponte João das Botas, popularmente conhecida como Ponte do Funil, com mais de 40 anos e que, com toda a certeza não tem estrutura para suportar um aumento no tráfego de veículos .
A construção da Ponte também implicará no alargamento da estrada que corta a Ilha ao longo da qual já existe um intenso comércio, casas de moradia e propriedades várias. Há menos que se faça um nova estrada ( lembre-se de que a Ilha pertence a uma APA - Área de Preservação Ambiental) os proprietários terão de ser indenizados conforme valor venal dos imóvéis, em alguns casos muito superior ao valor de mercado.
É um acinte contra o povo da ilha de Itaparica ess Ponte.
A ilha está totalmente desassistida: segurança pública é zero. A policia civil tem apenas duas viaturas, a nova para pessoal administrativo e a velha para os policiais.
O "hotel", segundo os próprios policiais está com 100% de ocupação. Na sede há um policiamento me engana que eu gosto, nas localidade é cada um por si. Depois das 21 horas, os postos de combustível fecham. São muito visados pelos assaltantes.
Em Cacha Pregos a falta de iluminação pública favorece a ação de assaltantes contra moradores e veranistas. Eles assaltam para comprar drogas . O mesmo acontece em Berlinque, Aratuba, e outras localidades onde o tráfico de drogas se estabeleceu.
Mas paga-se taxa de iluminação pública junto com o IPTU de ruas sem calçamento, arruamento, sinalização, limpeza e etc. O lixo fedorento permanece por dias ao longo da estrada.
No final de 2009 e início do ano o lixo do dia 30/12/2009 só foi recolhido, em parte, no dia 4/01/2010 . O mau cheiro invade as casas deixando as pessoas nauseadas. A prefeitura não tem sequer caminhões compactadores. O lixo é recolhido em caçambas ou retro escavadeiras de onde os sacos vão caindo ao longo do trajeto até o aterro sanitário localizado, pasme, dentro da reserva ecológica de Baiacu, primeiro núcleo de povoamento da Ilha.
E a administração municipal vende a idéia da Ponte como o caminho para Shangrilá, ou Xanadu.
A Embasa interrompe o fornecimento de água para a localidades menores para favorecer um hotel de bandeira francesa e a localidade de Penha, segundo comentário corrente e recorrente na Ilha. Ontem 12/01, o fornecimento foi interrompido às 9 horas da manhã, sendo reestabelecido só às 2 horas da madrugada de hoje 13/01. Paga-se inclusive por rede de esgoto inexistente. Não se encontra um funcionário que dê uma justificada procedente.
Já chegaram ao absurdo de dizer que o fornecimento é interrompido para economizar... Energia elétrica(?)
Quem regula o transporte nas vans e topics no Terminal de Bom Despacho é o humor dos cooperados, e não a Agerba, alguns chegam a cobrar 10 reais por passageiros que lá desembarcam no último ferry ( o preço normal são 4 reais) .
Após esse horário quem não tem carro próprio não se locomove dentro da ilha. Nos fins de semana a ante sala do inferno fica completa com a chegada dos carros equipados com sons que não deixam moradores dormir com músicas sem qualidade em decibéis acima do permitido e tolerado pelo ouvido humano. A quem reclamar?
Nos primeiros dias do mês, o tempo de espera nas filas de auto atendimento da única agência do BB é de 60 minutos, em média. Até os arrecifes seculares, do tempo de Paraguaçu e do cacique Taparica sabem que no verão a população flutuante aumenta, menos os administradores e fornecedores de serviços públicos.
Caso ainda exista na imprensa baiana comprometimento com a verdade, dê um pulinho na Ilha. De uma ponta a outra, da Costa a Contra-Costa e veja o estado em que se encontra a Ilha que o Estado esqueceu. As necessidades da Ilha de Itaparica são imediatas, urgentes, prá ontem.
Você pode estar se perguntando, se a Ilha está nesse horror, por que você está aí? Porque é um direito meu e de todos os nascidos e criados na Ilha de Itaparica e que querem apenas serem ouvidos e respeitados. Vale lembrar que foi na Ilha de Itaparica que o povo brasileiro começou a ser formado, não foi João Ubaldo? Primeiro, respeito, e a Paz virá como consequência. (Aninha Diniz, por e-email)