Caras, cores, tambores, movimentos...
A harmonia dos graves rítmicos com a voz de Guiguio é um embalo celestial.
*
Armandinho também é pura música. Resiste.
*
Daniela é show, até quando escorrega. Todos os tons.
*
E tem Gandhy, 60 anos. A indumentária branca cada ano mais azul. Ogunhê!
*
Arrastando a massa, Saulo a cada carnaval se sai melhor.
*
Entre os grupos de pagode, ainda fico com a levada meio caribenha do Harmonia do Samba. Suingue.
*
A negrada (no melhor dos sentidos, pô) baiana busca identidades com Luanda, capital angolana do outro lado do Atlântico, no kuduro, um ritmo/dança das periferias até pouco tempo malvisto pelos poderosos, negões e esquerdóides, das bandas de lá.
*Carnaval é carnaval, kuduro pros poderes!
*
Falar nisso, com a ‘república sindicalista' nos palácios, a Mudança do Garcia perdeu a verve. Anda mais parecida com um bloco reivindicatório de partidos e sindicatos. Perdeu muito a ferina graça. Mais tarefeiros do que foliões. Envelheceu?
Prefiro o jegue de calçola e a jega de cuecas.
*
Mico sonoro na avenida foi mãe Claudinha Leite amplificando o choro do neném e tentando cantar "Satisfaction" pra animar a galera. Ela, a banda e o rock em absoluta falta de sintonia. ‘I can't get no' !
As pedras rolaram de rir.
*
Com todas as mudanças, boas e ruins, o carnaval da Bahia continua espelhando nas ruas toda a diversidade, fossos, diferenças e misturas do nosso dia-a-dia. Tudo escancarado.
Cordas e camarotes. Pipocas e patetas. Beijo e porrada. Champã e bombinha. Relax e isopor. Telinha e camburão. Desperdício e fome.
Vai cheirar ‘dalila' ou catar latinha?
*
Cinzas, é hora de encarar a crise.
Lembra-te que és pó e ao pó retornarás.
... mas deixa acabar o arrastão da Timbalada, de Ivete...
Paroano tem mais. E será ano de eleição!