As duas grandes estrelas da axé-música, Ivete Sangalo e Cláudia Leite, disputam neste Carnaval a preferência do público. É uma corrida midiática que envolve um marketing intensivo de ambas, quer no jornalismo; quer com peças promicionais pagas - out-doors, bus-doors, TV, rádio e outros, e uma soma incalculável de dinheiro.

  Nessa corrida, a rainha da axé, Daniela Mercury, mais com uma carreira internacional e distante da Bahia, perdeu espaço, embora, no Carnaval, sempre surpreende com suas performances midiáticas. Algumas dão certo; outras dão chabu. Caso, neste ano, de falar num tal de candomblé eletrônico; ou de fantasiar de "Nêga Maluca", no passado, o que acabou resultando em protestos da comunidade negra.

  Em 2009, a disputa por quem terá mais destaque, de fato, se concentra entre Cláudia e Ivete. Cláudia aposta na música que difunde o beijo na boca, de resto, uma prática que já vinha acontecendo no Carnaval de Salvador (há até uma disputa de quem beija mais bocas, 30/40 por dia) e no embalo de sua performance como estrela de projeção nacional após o sucesso de sua turnê do extravassa, com momento de auge no show de Copacabana.

  Ivete aposta em sua performance cénica, sempre extraordinária, na subjetiva interpretação da música Dalila e no seu prestígio pessoal junto ao público com pitadas de irreverência bem baiana, até baianês, e na sua simpatia quase amor que a Rede Globo tem com sua pessoa. Além do que, consegue seduzir a multidão com sua forma de agir no palco e seus apelos populares.

  ENTRE OS HOMENS

  Já entre os astros do Carnaval essa disputa não existe. Até porque, faz tempo que não surge algo de impactante para destronar ou pelo menos contrabalançar as atuações de Bel Marques (Chiclete) e Durval Lélis (Asa de Águia). Existem alguns clones, mas, nada que se iguale aos dois bambas carnavalescos da Bahia.

  Bel continua sendo o grande nome da axé e sua banda é, disparada, a melhor da cidade. Durval é mais midiático e sedutor com o público.