Um projeto poolêmico
A maior festa popular do planeta poderá ter data fixada sempre na última terça-feira de fevereiro. A proposta do deputado Daniel Almeida foi apresentada esta semana no Congresso.
Um projeto polêmico que promete mexer com a vida de muita gente. Especialmente as milhares de pessoas que tem suas atividades profissionais diretamente voltadas para a produção de uma das festas populares mais importantes do Brasil, o carnaval. Através de um Projeto de Lei 3418/08, apresentado na última quinta-feira, 15, na Câmara dos Deputados, o deputado baiano, Daniel Almeida (PCdoB), propõe a fixação da data do carnaval na última terça-feira de fevereiro.
Em sua origem histórica, o carnaval foi associado ao calendário religioso só à partir de 1582, pelo papa Gregório XIII, através do Concílio de Tentro, em 1545. Tal Concílio considerou a festa como uma manifestação popular que não deveria ser hostilizada pelo clero.
À partir daí, o início da festa passou a ser contado quarenta dias anteriores à páscoa, estabelecido pelo calendário lunar, coincidindo, assim com o início da quaresma, na quarta-feira de cinzas. Desta forma, as festividades carnavalescas são realizadas, cada ano em uma data diferente. Esta temporalidade provoca inúmeros transtornos, entre os quais a alteração de férias escolares e, principalmente a desordem nas atividades produtivas.
NEGÓCIOS & NEGÓCIOS
O projeto surgiu da observação de alguns empresários do setor, gestores públicos, dirigentes de blocos e representantes do trade turístico, que avaliam como negativos os resultados econômicos da festa, quando a mesma é antecipada para o início do mês, como foi o caso deste ano, comemorada em 02 de fevereiro. Benefícios A inexistência de uma data fixa para o carnaval, segundo o deputado Daniel, implica em vários problemas para alguns setores da economia.
"Com a mobilidade da data, o mercado de entretenimento é sempre o mais prejudicado. Este ano, por exemplo, tivemos um verão extremamente reduzido, o que ocasionou na redução da temporada de turismo, com efeitos diretos no mercado de trabalho temporário", salientou o deputado. Outra observação feita pelo parlamentar, ao justificar a proposta é o desajuste dos calendários escolares. "Muitas escolas programam o fim das férias, após a festa, para evitar que os alunos sejam prejudicados em virtude das viagens familiares.
Essa atemporalidade também dificulta um plano mais definido do ano letivo", afirma. "A possibilidade de agendamento de uma data fixa para o carnaval beneficiaria acima de tudo, a possibilidade de um planejamento mais qualificado, facilitando a programação, antecipada de inúmeras atividades, especialmente as que envolvem o turismo, a cultura, o comércio e a educação", defende Daniel.