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BEIJA FLOR VENCE MAIS UM CAMPEONATO COMO MELHOR ESCOLA DE SAMBA DO RIO

Destaque para a cultura do Amapá e sua capital Macapá
| 06/02/2008 às 17:26
Destaque da Beija Flor, a jovem Raíssa, à frente da bateria nota 10 (Foto/Globo)
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   Está ficando até sem graça. A Beija-Flor venceu mais uma vez o Carnaval carioca em 2008, com 399,3 pontos de 400 possíveis, segundo apuração realizada nesta quarta-feira (6) no Sambódromo do Rio. Em segundo lugar, ficou Salgueiro e, em terceiro, Grande Rio. Foi rebaixada a São Clemente. 

  Com a vitória, a Beija-Flor soma 11 títulos na elite do carnaval do Rio. Apenas nos últimos seis anos, foram cinco vitórias: 2003, 2004, 2005, 2007 e 2008.


  "Essa é a resposta da Beija-Flor aos comentários sem fundamento sobre o resultado do ano passado", afirmou Neguinho da Beija-Flor, intérprete da escola há mais de 30 anos, em entrevista à Globo News logo depois da divulgação da vitória. 


"Não foi fácil, nenhuma vitória é fácil. Todas elas dependem de muito trabalho, de muito esforço. Mas trabalhamos muito, a escola trabalhou muito, a comunidade é fantástica", disse Laíla, da comissão de carnaval da Beija-Flor. "No ano que vem, tentaremos fazer melhor", continuou Laíla.

  

Foto: Alziro Xavier/G1

A São Clemente perdeu 0,5 ponto por ter apresentado uma componente com a "genitália desnuda", segundo a liga das escolas de samba. Já Grande Rio perdeu 0,1 ponto em razão de seu oitavo carro alegórico, que se desacoplou.

A liga considerou que eram dois carros, totalizando nove alegorias -- oito era o número máximo permitido.


A Beija-Flor se apresentou neste ano com a história do Macapá, capital do Amapá, que completou 250 anos na segunda-feira (4). As belezas naturais e artesanato deram o tom ao desfile que teve o enredo "Macapaba: equinócio solar, viagens fantásticas do meio do mundo". 

"Foi uma vitória para o Macapá", disse o prefeito da cidade, João Henrique Pimentel, logo após a divulgação do resultado.

   BRILHO DE FOGO
 
   O grande destaque da escola ficou por conta do abre-alas "Brilho de fogo - o rastro iluminado", que juntou dois carros e trouxe logo à frente um gigante beija-flor vermelho. Segundo o carnavalesco Alexandre Louzada, foram gastos R$ 150 mil só na compra de acetato. O investimento também foi pesado na iluminação, para dar à alegoria um visual incandescente, como o do sol. Nela, 50 beijas-flores cobertos por penas ganharam as mais diversas formas, integrando-se ao visual do carro.


Antes dele, a agremiação apresentou uma ala das crianças vestidas com cores fortes -- vermelho, laranja e amarelo, também como o sol --, uma dupla multicolorida de Mestre-Sala e Porta-Bandeira e uma comissão de frente totalmente dourada. Nela, os integrantes representaram o momento em que o beija-flor de Nilópolis conhece o beija-flor de Macapá, conhecido lá como brilho-de-fogo. Um único integrante da comissão carregava em sua fantasia 1,2 mil lâmpadas.

Na seqüência do carro abre-alas, uma ala formada por componentes com fantasias diferentes mostrou a pororoca, o encontro das águas do rio com as águas do mar.


 Classificação/Escola Pontos
1º Beija-Flor399,3
2º Salgueiro398,0
3º Grande Rio396,9
4º Portela396,8
5º Unidos da Tijuca396,5
6º Imperatriz396,5
7º Viradouro396,0
8º Mocidade395,1
9º Vila Isabel394,6
10º Mangueira393,9
11º Porto da Pedra388,2
12º São Clemente387,5

Os integrantes fantasiados de peixes e aqueles que representavam a espuma das ondas fizeram uma coreografia em referência a esse fenômeno.  
 

Nessa mesma linha, o segundo carro representou as belezas naturais da cidade - seu principal tom era o verde. Um grande pássaro nessa mesma cor se movimentava na alegoria.


 Transição

Depois das belezas naturais, foi a vez do artesanato invadir a avenida em diversas alas. As baianas, por exemplo, homenagearam a cerâmica Cunaní Maracá.


Outro destaque que fugiu da linha "natural" foi o carro foi o quarto setor, que mostrou a chegada dos navegantes à região do Amapá. Para falar sobre a ambição dos piratas, visando às riquezas naturais, Alexandre Louzada criou um carro com olhos gigantes e cheios de movimento.  


As alas seguintes mostraram outras regiões cortadas pela Linha do Equador, como acontece com o Amapá -- caso de Sumatra e Quênia.


No final do desfile, antes do último carro, a velha guarda da Beija-Flor invadiu a Sapucaí, dando fim à segunda noite de desfiles no Rio e ao carnaval carioca.


Na contramão das escolas que exibem celebridades à frente da bateria, a Beija-Flor tem como rainha de bateria Raíssa Oliveira, 17 anos, que não é nem atriz nem modelo. Raíssa é a mais jovem mulher a ocupar esse posto na elite do carnaval carioca. 



  

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