Falta de compromisso com a história e com a cultura nacionais
Atores encenam a chegada a Corte ao Rio, no desfile das escolas de samba (F/G1)
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O Carnaval de Salvador desprezou o evento mais significativo do ano, do ponto-de- vista histórico e cultural, a chegada da família real portuguesa a cidade em 22 de janeiro de 1808 (200 anos de história) e caiu na mesmice de sempre, num show-bizz interminável e cansativo.
Nada. Zero. O que se está vendo e assistindo nas ruas da cidade é a apresentação repetida de artistas da Axé Música, de repetecos de cantores nacionais da MPB, e um desfile de blocos afro engajados num movimento étnico. A cultura nacional foi para o espaço.
O Rio de Janeiro está dando exemplo nesse campo. Várias escolas estão lembrando a chegada da Família Real ao Brasil há 200 anos, e até a Banda de Fuzilieiros Navais, muito discretamente, comemorou o sucesso da apresentação de domingo(3).
Segundo o comandante Ennes, esta foi a primeira vez que as bandas marcial e sinfônica dos Fuzileiros participaram de um evento de Carnaval.
A corporação também está comemorando 200 anos de fundação no Brasil.
De acordo com o comandante Ennes, participam da apresentação no Sambódromo 60 músicos da banda sinfônica, 120 da banda marcial e 20 alabardeiros, que acompanharam o cortejo de D. João VI, Carlota Joaquina e Dona Maria I, na Passarela do Samba.
"No desfile de domingo, fomos aplaudidos de pé. Esperamos que no de hoje seja assim também", disse o comandante.