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OBSERVATÓRIO VAI VERIFICAR DISCRIMINAÇÃO CONTRA MULHER E CORDEIRO

Carnaval teria discriminações?
| 25/01/2008 às 17:24

  Um "bloco" muito especial sairá às ruas durante o Carnaval de Salvador. O objetivo dos seus integrantes não é diversão na folia, mas avaliar fenômenos como discriminação racial e violência contra a mulher. Estamos falando dos cerca de 40 pesquisadores que participarão da aplicação de uma pesquisa encomendada à UNIFACS pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Reparação (SEMUR).


O grupo - formado por profissionais da própria UNIFACS, de outras universidades e dos governos estadual e municipal - ouvirá entre 1,8 mil a 2 mil pessoas, realizando entrevistas e aplicando questionários quantitativos e qualitativos. Parte da pesquisa será realizada com pessoas que trabalham durante a festa, como ambulantes, cordeiros e catadores de lata. Além disso, também serão ouvidos turistas de diferentes classes econômicas que vierem para a festa baiana.


A iniciativa integra as atividades do Observatório de Descriminação Racial e Sexista, coordenado pela Secretaria Municipal de Reparação, em parceria com a Secretaria Estadual de Promoção da Igualdade Racial e das Mulheres e outras instituições do poder público e organizações não-governamentais.


De acordo com o professor Carlos Costa Gomes, que coordena o Observatório Interdisciplinar de Segurança Pública do Território - o Carnaval oferece condições privilegiadas para a observação das questões tratadas pela pesquisa. "A festa evidencia problemas, ao colocar num espaço pessoas de classes sociais, gêneros, etnias e orientações sexuais diferentes", explica. Ainda segundo ele, um dado interessante da metodologia adotada é que ela permite que o pesquisador intervenha caso se depare com situações concretas de violência ou discriminação.


Os dados coletados pela pesquisa - orientada pelo professor Alcides Caldas, coordenador do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional e Urbano - serão utilizados pelos poderes públicos para avaliar a eficácia das suas políticas de reparação. Os resultados devem ser publicados ainda no primeiro semestre deste ano.