Para alertar sobre as doenças do verão que podem ser de uma micose, um câncer de pele, até uma queimadura de córnea ou de retina, médicos de diversas especialidades explicam como preveni-las e tratá-las.

  Dentre as patologias que mais afligem as pessoas durante o verão estão as de pele, entre elas as micoses e o câncer. Para a dermatologista Tatiana Martins, que atende na clínica Life, é essencial que ao se expor ao sol, não seja esquecido o filtro solar.
 
  "A pessoa tem que estar atenta ao seu tipo de pele para utilizar um filtro solar adequado, como creme, gel ou loção. Além disso, é recomendado não ficar em exposição nos horários de pico do sol (10h às 16h), e lembrar de se proteger também em horários em que o sol está mais fraco", aconselha ela.
 
  Além do sol, Tatiana Martins diz que outras preocupações que os banhistas devem ter são de não freqüentar as praias poluídas e piscinas que não estejam bem cuidadas, pois só assim conseguem evitar as micoses.

   Sobre o câncer de pele, a dermatologista explica que as pessoas, principalmente as de pele clara, com idade a partir dos 40 anos e que tenham histórico familiar, devem estar atentas às manchas que aumentam de tamanho, que mudam de cor e para as feridas que não cicatrizam.
 
  PROCURE
  O MÉDICO

  "As pessoas têm que ficar mais atentas às áreas que ficam mais expostas ao sol e em caso de qualquer suspeita deve-se procurar auxílio médico", aponta a médica. Tatiana fala que é necessário, ainda, beber bastante líquido e ficar bastante atento com as crianças.

   "Os pais devem lembrar que para as crianças existem filtros solares específicos e é preciso repassá-lo a cada três horas ou nos casos de permanecer muito tempo dentro da água", ilustra.

   Para os adultos, a dermatologista salienta que além da hidratação e proteção com filtros, uma boa forma de evitar rugas é o uso de óculos escuros. "É muito bom o uso de óculos escuros, pois ao estarmos expostos à luz solar franzimos as sobrancelhas e a testa, o que pode causar rugas", sugere.
 
  Além das rugas, os óculos escuros com filtro ultravioleta podem prevenir diversos problemas oculares, como explica o oftalmologista retinólogo Milton Correa, do corpo clínico da Oftalmoclin. De acordo com ele, as doenças mais comuns no verão são a catarata, a queimadura de córnea ou de retina e o pterígio, popularmente conhecido como carne no olho.

  "Em relação à catarata as pessoas em geral vão ter com a idade, mas que sem dúvida a luz solar pode acelerar o processo. E para todos esses problemas a solução é sem dúvida o uso contínuo de óculos escuros", diz. 

   IMUNIDADE

  O médico lembra que longas horas sob os raios ultravioletas abaixam a imunidade o que pode aumentar a predisposição às infecções e dentre elas a conjuntivite. Além disso, também aumenta a incidência da "cegueira de neve", que atinge as pessoas que freqüentam praias onde a areia se aproxima mais da cor da neve.
 
   "Nesses casos, o paciente apresenta sintomas como fotofobia, lacrimejamento, sensação de corpo estranho e dor nos olhos. Essas alterações ocorrem geralmente após seis a 12 horas de exposição ao sol e podem desaparecer em 48 horas", avisa. Outras doenças que também aparecem com maior freqüência nesse período do ano são as ginecológicas. 
 
   BIQUINES
   MOLHADOS

  O médico ginecologista Jorge Valente, do Instituto da Mulher do Itaigara Memorial Hospital Dia, fala que um dos principais fatores que podem desencadear infecções vaginais está relacionado ao uso contínuo de roupa íntima suada e biquínis molhados. "Essas roupas modificam o Ph vaginal causando proliferação de fungos, que posteriormente podem ocasionar ardores, coceiras, pruridos e infecções", informa Valente.

  Segundo o ginecologista, outra fonte muito comum de contaminação por fungos é a mulher ter contato direto com a areia da praia. "As mulheres devem usar sempre algo ao sentar ou ao deitar-se na areia. E é interessante o uso contínuo de algum sabonete especifico para higiene intima que aumenta as células de defesa da vagina fazendo a prevenção do problema", afirma.

  O ginecologista recomenda que as peças íntimas usadas no verão sejam de algodão e não de lycra, já que esta aumenta a transpiração vaginal. "Aconselho também que as mulheres evitem o uso de absorventes diários, pois deixam a genitália sem ventilação, impedindo a respiração e deixando-a mais propensa a fungos e bactérias", diz o especialista, que também sugere que a mulher não use com tanta freqüência calças apertadas e prefira roupas leves.

  Problemas também muito corriqueiros no período de verão são as otites externas. Para o otorrinolaringologista, Márcio Cardoso Sampaio, as otites são causadas por fungos e bactérias geralmente contraídos em praias poluídas e piscinas que não estão cuidadas. "As otites, que acometem na maioria das vezes as crianças, podem ser evitadas se as áreas de banho de mar e piscina estiverem limpas. Em casos específicos recomendamos o uso de protetores auditivos. Em qualquer complicação aconselhamos procurar um especialista", lembra o médico.