Nada mais justo a homenagem que os artistas baianos vêem fazendo nos circuitos do Carnaval ao frevo pernambucano, ritmo que é uma marca daquele estado. Gilberto Gil, até por ser ministro da Cultura e conhecer + do que os outros a história do Carnaval e da música pau eletrizada é quem está fazendo + louvações ao frevo.
É uma história interessante, pois os passos do frevo são originários da capoeira, que é da Bahia e foi a Pernambuco e retornou a Bahia com o seu extraordinário Vassourinha. É daí que Dodô e Osmar depois de assistirem uma apresentação de frevo em Salvador dão na telha e inventam o trio eletrizado com Temistócles e saem pelas ruas da cidade baixa tocando Vassourinha e outras peças de frevo.
Com o passar dos anos o pau elétrico se transformou na guitarra baiana, a voz foi incorporada aos trios e houve uma evolução extraordinária desse equipamento, com Orlando do Tapajós dando essa nova feição, e, hoje, sem dúvida invadiu o Brasil (e até algumas partes do mundo) concretizando uma profecia de Osmar. Por ironia do destino, um dos filhos de Osmar, Armandinho, pede clemência para que seja dado um freio de arrumação nos trios senão vão engolir as outras manifestações da cultura popular do Carnaval. Infelizmente, em Salvador, já está acontecendo isso.
BAHIA E PERNAMBUCO
Esse casamento da capoeira + frevo + música + pau elétrico + trio elétrico faz com que baianos e pernambucanos que não se bicam por puro bairrismo bobo, mas, gostoso até porque sem rivalidade não se vai a lugar algum, sejam irmãos do Carnaval e fazem os melhores deles no país.
Pernambuco ainda mantém e luta para manter suas tradições do maracatu, caboclinho e do próprio frevo com seus metais. É um ritmo que exige muitos metais e é empregador de mão-de-obra da categoria dos músicos. Daí que em Recife existem grandes trumpetistas e trombonistas.
Mas, pra não dizer que não fizemos uma piada com os pernambucanos dizem que eles gostam mesmo é de trombone de vara.