O Carnaval já está em seu segundo dia, mas os blocos afros de menor densidade carnavalesca e política ainda estão com as cuias nas mãos aguardando ajuda da Emtursa, a empresa de turismo da Prefeitura. O mais grave é que atestam que está havendo "discriminação religiosa na Prefeitura". Supõe-se, pelas declarações dos dirigentes do Coletivo das Entidades Negras (CEN) que, sendo o prefeito João Henrique crente (evangélico) e a maioria dos afros com componentes do povo de santo (do candomblé), daí essa interpretação.
O diretor financeiro da CEN, Ari Sena, disse ao CB que vão protestar nas ruas. Tradicionalmente, no Carnaval de Salvador, o dia de protesto é na segunda feira quando a turma do Garcia faz a sua arruaça, em bom sentido carnavalesco, saindo do bairro e passando pelo corredor do Campo Grande até a praça Castro Alves. A Emtursa alega que não tem grana para esse pessoal.
COMENTÁRIO
Essas entidades menores sempre enfrentam dificuldades no Carnaval para colocarem seus blocos nas ruas, quer porque são desorganizadas mesmo; quer porque são tão pobres que suas vozes se perdem nos corredores dos órgãos oficiais sem serem ouvidas ou levadas em conta. Daí que criaram um coletivo para se agruparem e terem mais espaço tanto na midia quanto nas suas reivindicações. Estão certíssimos.