Uma contrapauta apresentada pelo sindicato patronal na segunda rodada de negociação da Campanha Salarial 2017, realizada nesta quinta-feira (06/04), coloca toda a categoria rodoviária em alerta. Os empresários propõem retirar cobradores das linhas de baixa demanda, medida que foi imediatamente rejeitada pela Comissão de Negociação dos Rodoviários.

O presidente do Sindicato, Hélio Ferreira, foi taxativo: “Esse questão é inegociável”. O sindicalista já vem alertando aos empresários há muito tempo de que não há hipótese de aceitação dessa proposta. “Já fizemos essa discussão em relação ao metrô, inclusive em Audiência Pública, e os patrões conhecem a nossa posição”.

“Essa proposta não será jamais aceita pela categoria, seria o primeiro passo concreto para acabar com a função de cobrador com a consequente demissão de quatro mil pais e mães de família, ou seja, 15 mil pessoas serão diretamente atingidas”, analisa o diretor de imprensa do Sindicato Daniel Mota. Os patrões querem ainda tirar um domingo de folga e criar banco de horas.

Para o vice-presidente do Sindicato, Fábio Primo, a própria apresentação de uma contrapauta antes da negociação da Pauta dos Rodoviários já é um desrespeito aos trabalhadores. “A data-base é o momento de negociação das reivindicações da categoria prevista em lei, não as demandas dos patrões. Não aceitamos retrocesso nos nossos direitos. Eles são inegociáveis”.

Na pauta da categoria rodoviária estão reajuste de 5% de ganho real mais a inflação do período, 30 ticket alimentação de R$20 de face com a contrapartida de 1%, gratuidade em todos os modais, plano de saúde gratuito para titular e redução de 33% no valor por dependente, mais contratação de mulheres, empresas devem custear a renovação da CNH com todos os exames exigidos por lei.

Na agenda de negociações já estão previstas rodadas nos dias 13, 18 e 20, às 9h, no SETPS.