Salvador

Dia Nacional de Combate à intolerância religiosa tem ato em Abaeté

Homenagem a mãe Gilda. Com informações da Sepromi
Da Redação ,  Salvador | 21/01/2017 às 20:40
Toque de atabaques
Foto: Sepromi

Representantes de diversas religiões e de órgãos governamentais se reuniram no Parque Metropolitano do Abaeté, neste sábado (21), em ato que marcou a passagem do Dia Nacional de Combate a Intolerância Religiosa. O evento foi marcado por homenagens a Mãe Gilda, considerada um dos símbolos de resistência e afirmação de matriz africada, inspirando a criação da data.

Para a yalorixá Jaciara Ribeiro, vice-presidente do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDNC) e filha biológica de Mãe Gilda, a criação da data foi a concretização de um longa luta pelo reconhecimento do movimento negro. “É um momento de celebração, mas também de reflexão. Vivemos um momento ainda muito difícil. A intolerância não é apenas religiosa, é intolerância contra o negro, contra as mulheres. Por isso é importante falar sobre esse tema, levar essa discussão para a sociedade”.

Presente no ato, a secretária de Promoção Racial, Fabya Reis, comentou a importância do evento. “Nós temos hoje dispositivos do estado, como o estatuto da igualdade racial, que versa sobre a questão da convivência entre as religiões e orienta como agir em casos de intolerância, responsabilizando os culpados, porque intolerância religiosa é crime. Temos também o Centro de referência Nelson Mandela, que acolhe casos de racismo para orientar. Ambos integram a rede de combate ao racismos, da qual fazem parte o Ministério Público e a Defensoria e o Tribunal de Justiça”.

A data 

O dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa foi instituído em 2007, pelo então presidente Lula, tendo o caso de Mãe Gilda como um dos mais emblemáticos na luta contra o racismo e o ódio religioso no país. Após ter a imagem maculada e o terreiro (Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador) invadido e depredado por representantes de outra religião, a sacerdotisa teve agravamentos de problemas de saúde e faleceu em 21 de janeiro de 2000.  O episódio repercutiu amplamente, resultando em projetos de lei na esfera municipal e, em seguida, sendo reconhecido na esfera federal. A data é um marco para fomentar o debate acerca do respeito às diferentes crenças e à liberdade de culto.