Salvador

Crime em loteamento classe média em Placafor deixa moradores chocados

Filho do casal conseguiu escapar
Correio , Salvador | 26/09/2016 às 11:59
Casal Renato e Nélida foi morto a tiros
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Moradores do Loteamento Jardim Placafor, onde o projetista industrial Renato Giffoni Habib, 58 anos, e Nélida Cristina Oliveira Habib, 55, foram mortos no final da tarde de domingo (25) estão chocados com o crime. O casal foi encontrado amarrado e morto a tiros.

O filho deles, Bruce Habib, 25, também estava amarrado. Além dele, o casal tinha outra filha, que mora em São Paulo. Eles moravam no local há 22 anos. No loteamento, que é considerado de classe média alta, há 126 casas.

Um dos porteiros do loteamento ouviu os disparos e ficou em estado de choque. "Não me pergunte nada porque estou tremendo até agora", disse, sem querer dar mais informações.

Um amigo de Renato há 30 anos, que pediu para não ser identificado, disse que ficou chocado com a notícia e foi ao imóvel do casal na esperança de conseguir encontrar algum familiar que pudesse explicar o que aconteceu. O caso será investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Na manhã desta segunda-feira (26), duas delegadas e pelo menos sete investigadores estão no imóvel.

"Ainda não estou acreditando. Ele era uma pessoa muito do bem. Era um casal tranquilo, que  tinha dois filhos", contou o amigo, lembrando que o imóvel onde o casal foi morto foi projetado por Renato. "Ele que fez tudo aqui", comentou, apontando para a casa.  

 O imóvel está fechado hoje. Na garagem há um moto e dois carros: um Ford EcoSport e um Peugeot. Há uma placa anunciando a venda. Segundo o amigo, o imóvel está sendo anunciado para venda há pelo menos dez anos. No site da Junta Comercial da Bahia consta que Renato Giffoni Habib fechou este ano uma empresa que foi aberta em 2005. 

Moradora do imóvel da frente, a aposentada Carmen Silva, 71 anos, vive no local há seis anos e diz que conhecia pouco o casal. "A gente se conhecia de vista, de dar 'oi, bom dia'. Via os dois passando de carro. Aqui é um lugar tranquilo", disse.

Já o morador Erivaldo Pereira, que vive no loteamento há 28 anos, disse que apesar de morarem por tanto tempo no mesmo local, as relações entre os vizinhos eram bem superficiais. "Aqui é um lugar onde os vizinhos não têm muitas relações. É um 'oi', um 'bom dia' e só. Eventualmente a gente conversa um pouco mais. Moro aqui esse tempo todo e conheço poucos vizinhos".

Moradores ouvidos pelo CORREIO não souberam precisar a quantidade tiros ouvidos no final da tarde de domingo. Na Rua Encontro das Árvores, perto da casa, há uma câmera quase em frente ao imóvel. O porteiro disse aos policiais que ele não tem acesso às imagens gravadas pelo equipamento. A polícia investiga se há alguma central de monitoramento para onde as imagens são remetidas.