O colorido do desfile de instrumentos de sopro e de percussão, comandados por estudantes de quatro escolas da rede estadual, imprimiu um clima festivo às ruas do bairro São Tomé de Paripe, no Subúrbio de Salvador, nesta sexta-feira. Foi o IV Encontro Intercolegial de Bandas e Fanfarras, realizado através do programa Mais Educação, da Secretaria da Educação do Estado da Bahia. Ao som de trompetes, trombones, pratos e bumbos, o evento despertou a atenção da população por onde as fanfarras passaram.
Participaram do encontro, alunos das fanfarras dos colégios João Caribé, sede da atividade; Professor Carlos Alberto Cerqueira (São Caetano); Luiz Navarro de Brito (Lapinha) e Visconde de Mauá (São Cristovão). A estudante Thainá Nascimento, 17, 3º ano, conta que se tornar baliza da fanfarra do Colégio Estadual São Tomé de Paripe significou uma mudança positiva na sua vida pessoal e escolar. “Tenho na fanfarra uma extensão da minha família e aqui aprendi a valorizar ainda mais os estudos, afinal para participar da banda tem que ter um bom desempenho escolar. Isto estimula porque ninguém quer ficar fora. A fanfarra é tudo para mim, é a minha segunda casa”, enaltece.
O colega Jonatan Araújo, 20, 3º ano, que toca quadriton (instrumento de percussão), é outro entusiasta da fanfarra que, segundo ele, o ajudou no rendimento escolar, na disciplina e na assiduidade. “Quando a gente entra para a banda, passa a ter mais responsabilidades. E isto reflete no comportamento em sala de aula e nas notas. Hoje sou um estudante muito melhor”.
Dentro do regulamento da fanfarra, é permitido que 5% dos seus componentes sejam ex-alunos ou pessoas da comunidade. Rogério Lima, 20, que concluiu o Ensino Médio no final de 2015, continua frequentando o Colégio Estadual São Tomé de Paripe como integrante da banda. No cargo de mor (comandante), Rogério se mostra realizado com a oportunidade de continuar atuando no grupo musical. “A fanfarra mudou a minha vida, a minha relação familiar. Também me tornei uma pessoa mais responsável e disciplinada. A banda ajuda a juventude a ocupar o seu tempo de forma saudável e alegre”, revela.
A diretora Rosilane Gomes atesta: “Este é o quarto ano que promovemos o encontro intercolegial de fanfarras e, a cada edição do evento, percebemos o crescimento, a valorização e a dedicação dos alunos com tudo que envolve a escola, especialmente no que se refere aos cuidados com as instalações e a limpeza da unidade”, afirma. Para a gestora, além de agregar esses valores, o trabalho aproximou a direção dos alunos e vice-versa e a família da escola. “Os pais passam a ver na fanfarra um instrumento de melhoria do processo ensino e aprendizagem dos seus filhos”.
Avaliação – Depois do desfile pelas ruas de São Tomé de Paripe, integrantes das fanfarras se apresentaram na quadra do Colégio Estadual São Tomé de Paripe, onde foram avaliados pelo corpo de jurados. Os pontos recebidos serão somados às outras performances que irão acontecer até novembro, como explicou o coordenador do encontro de fanfarras, Hermival Rego. “Nosso objetivo não é simplesmente premiar com troféus os vencedores. A proposta é estimular a participação dos estudantes através de atividades pedagógicas agregadas”, disse. Uma destas ações foi a palestra sobre sexualidade, com psicólogos e técnicos de enfermeiras sobre sexualidade, que acontece no turno da tarde. Paralelamente também será realizada a oficina para a produção de utensílios, com o uso de papel, palito e canudo.