Há mais de 12 anos não se registra um caso de raiva humana em Salvador
AGECOM , Salvador |
08/07/2016 às 19:20
Morcegos estariam atacando cães
Foto: AGECOM
A Secretaria Municipal da Saúde, através do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), vem intensificando as ações de combate à raiva na região de Patamares após denúncias de moradores de que cães de estimação estariam sendo atacados por morcegos. Equipes do CCZ reforçaram a vacinação antirrábica nos animais da área e promoveram atividades educativas para alertar a população sobre o risco da manipulação desse tipo de animal silvestre.
"Estamos há mais de 12 anos sem registro de raiva humana em Salvador e o CCZ continua intensificando o monitoramento para evitar a circulação do vírus na cidade. Por isso é importante que os responsáveis por cães e gatos que por não vacinaram seus bichos no ano passado procurem o posto de saúde para imunizá-los, fechando a cadeia de proliferação da doença", orientou Aroldo Carneiro, coordenador do Programa de Combate à Raiva.
Veterinários do órgão também estão realizando ações de vigilância que resultaram na captura de 16 morcegos. Os exames laboratoriais realizados até o momento detectaram a presença do vírus da raiva em duas espécies de hematófagos (que se alimentam de sangue), fato que pode expor seres humanos e bichos ao risco de infecção. "A simples presença dos morcegos não representa risco à saúde, já que esses animais não costumam atacar as pessoas. No entanto, eles não podem ser manipulados diretamente porque a transmissão do vírus ocorre com a saliva do animal", destacou Aroldo Carneiro.
O coordenador explicou ainda que os morcegos são animais silvestres protegidos por lei e importantes para o equilíbrio ecológico. Por isso, não podem ser eliminados ou presos sem a autorização de órgãos ambientais. "Sempre que encontrar um morcego em local e horário não habitual, apresentando dificuldade para voar ou morto, o cidadão deve entrar em contato imediatamente com o CCZ pelos telefones 3611-7308 ou 156. Os animais devem ser mantidos isolados até a chegada dos profissionais do órgão", esclareceu. As pessoas que tiverem contato com qualquer animal suspeito de raiva devem lavar imediatamente o local com água e sabão e procurar o serviço de saúde.
A confirmação de um óbito por raiva humana em um adolescente de 14 anos em Roraima, em maio deste ano, serve como alerta para o risco de transmissão do vírus a partir do morcego. Isso porque o exame sorológico realizado no paciente apresentou variante tipo 3, o que significa que o vírus circulava num morcego, embora a transmissão para o jovem tenha se dado a partir de um gato.
Ações - Para manter a capital baiana livre da raiva, a SMS tem intensificado as ações de vacinação de cães e gatos, inclusive de animais de rua. No ano passado, 91 mil cães e 32 mil gatos foram imunizados. Além da imunização de rotina realizada o ano inteiro nos postos de saúde, o CCZ realiza também a vacinação domiciliar em abrigos ou locais com mais de 10 animais, bem como uma campanha anual de imunização. Esse ano, a estratégia está prevista para setembro. O município disponibiliza ainda vacina e soro antirrábico para humanos em caso de ferimentos provocados por animais suspeitos. A relação dos postos de vacinação está disponível no site www.saude.salvador.ba.gov.br.