Com informações da Agecom
Da Redação , da redação em Salvador |
01/07/2016 às 19:31
Luis Henrique e seu filho Luis Guilherme
Foto: Tiago Barros
O historiador e professor emérito da Universidade Federal da Bahia (Ufba) Luís Henrique Dias Tavares, de 90 anos, foi o homenageado do Te Deum da Independência, celebrado nesta sexta-feira (1º), na Igreja de São Pedro dos Clérigos, no Terreiro de Jesus, como parte das celebrações do Dois de Julho. Este é o primeiro ano em que o Te Deum tem um homenageado específico, por sugestão da Fundação Gregório de Matos. E a escolha não é por acaso, visto que o professor é autor, entre livros históricos e obras ficcionais, de "A Independência do Brasil na Bahia", considerada a principal publicação sobre os acontecimentos que culminaram na vitória das forças brasileiras sobre o exército português, em 1823.
A cerimônia faz referência ao hino tradicional da liturgia católica, geralmente cantado em eventos solenes e sempre às vésperas da celebração da Independência da Bahia. Além do historiador, amigos e familiares, a missa, celebrada pelo arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, contou com a presença da vice-prefeita Célia Sacramento e do presidente da FGM, Fernando Guerreiro.
Cerimônia - Durante a homilia, o arcebispo ressaltou a importância do trabalho do professor Luís Henrique para a perpetuação da história da Bahia - em especial os acontecimentos de Dois de Julho de 1823 - para a cultura, orgulho e formação da sociedade baiana. "Ele é um dos responsáveis para levar ao conhecimento geral a relevância do dia Dois de Julho para a consolidação da libertação do Brasil do jugo português, sendo tão importante quanto o dia 7 de Setembro".
Fernando Guerreiro destacou a luta do professor para enaltecer a resistência da Bahia como marco definitivo para a consolidação da libertação do país do domínio português. "Luís Henrique é um grande pesquisador do Dois de Julho. O livro dele é a maior referência publicada sobre a Independência do Brasil na Bahia. Ele também foi o primeiro a defender a importância da Bahia neste processo, portanto, nada mais justo que fazer esta homenagem em vida, trazendo consigo esta trajetória brilhante. Ele está de parabéns".
Porta-voz do professor durante a cerimônia, o jornalista Luís Guilherme Pontes Tavares, filho do historiador, lembra a trajetória do pai e sua luta pela liberdade. “A obra do professor Luís Henrique, seja ficcional ou acadêmica, é sempre um chamado à liberdade. Vale lembrar as suas palavras quando previne que os acontecimentos de 2 de Julho de 1823 não nos garante uma posição de conforto. Ele sempre lembra que a liberdade é algo que deve ser conquistada todos os dias, e essa é a mensagem fundamental contida em todo o seu trabalho. Essa felicidade de hoje deve ser dividida ainda com a família Amado, devido ao centenário da escritora Zélia Gattai, que completaria, justamente no dia 2 de Julho, seu centenário".
A celebração teve como fundo a orquestra do maestro Francisco Rufino, composto por 30 pessoas, entre cantores e músicos. A vice-prefeita Célia Sacramento falou da contribuição do homenageado para a cultura baiana. "É preciso ressaltar a extrema contribuição do professor Luís Henrique, principalmente por ser um dos primeiros a dar ao 2 de Julho o reconhecimento que a data merece", completou.