Um ato público contra o trabalho infantil, cujo dia nacional de mobilização da causa em todo país é celebrado no domingo (12), foi realizado pela Secretaria Municipal de Promoção Social, Esporte e Combate à Pobreza (Semps) na Praça do Campo Grande, . A ação reuniu representantes de órgão públicos no local, informando à população sobre as ações executadas, com o objetivo de erradicar esta prática na capital baiana. Durante todo o dia, a Semps ofereceu os serviços do órgão, como orientação sobre os serviços ofertados no Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), Benefícios Eventuais, Programa Bolsa Família, Orientação Nutricional, Programa Salvador Primeiro Passo e atendimento do Conselho Tutelar.

A Fundação Cidade-Mãe, vinculada à Semps, levou jovens da aprendizagem em dança, que apresentaram o espetáculo Arraiáfro, com capoeira, maculelê e outros elementos coreográficos que animaram o público presente. A presidente da FCM, Risalva Telles, explicou que o evento é importante para chamar a atenção para o combate ao trabalho infantil, cuidando das crianças e adolescentes e usando das políticas públicas para que isso não aconteça. “Com os cursos, despertamos nos jovens uma consciência de ser criança, mas não exaurindo dos direitos e deveres. É um trabalho que pode parecer lento, mas envolvendo a família, temos um compromisso para que transcorra da melhor forma”.

O jovem Wallace Almeida, de 14 anos, se apresentou com o grupo de capoeira da unidade da FCM de Canabrava e gostou da experiência. “Gostei muito de participar do show aqui hoje. Gosto muito das aulas, principalmente da capoeira. A Fundação ajuda na minha educação, me prepara para o futuro, para eu ser um cidadão melhor”, disse o jovem.

Monitoramento - O Conselho Tutelar, que é vinculado à Semps e participa das abordagens, também esteve presente, explicando como funciona o trabalho dos agentes. O conselheiro tutelar Valmir Ferreira falou que constantemente eles têm saído e verificado as denúncias, para fazer o combate. “O estatuto diz que menores de 14 anos não podem trabalhar, somente após essa idade e como aprendiz. O Conselho verifica as condições de trabalho, e junto com a Semps, fazemos o monitoramento e prevenção. Também vamos nas empresas e verificamos se estão na lei de aprendizagem e de acordo com a Secretaria do Trabalho”.

Acompanhando o evento, a secretária da Semps, Ana Paula Matos, salientou que o trabalho não consiste apenas nos eventos em comemoração ao dia de mobilização, mas também com equipes de abordagem que estão na rua, compostas por conselheiros tutelares e técnicos, além de trabalhos educativos realizados com parceiros e que resultam em eventos como o desta quarta. “Aquelas que têm referência de família, têm um curso como uma dança, não veem o trabalho infantil na vida delas. Hoje temos a oportunidade de mostrar,  conversar e discutir, conscientizando”.

Ainda segundo a gestora, a iniciativa ajuda a conscientizar a população pois as pessoas procuram saber a respeito do trabalho desempenhado. Ana Paula também ressaltou a importância do trabalho em conjunto com outros órgãos, a exemplo da Defensoria Pública do Estado e Ministério Público. “Estamos de fato tentando evitar, combater e, se preciso, punir os adultos envolvidos".

Orientações - Também foram oferecidas, pelos outros parceiros, orientações sobre paternidade responsável, atendimento de esclarecimento sobre questões de trabalho, emissão de carteiras de trabalho para jovens aprendizes (até 24 anos), orientação profissional, cadastramento de estudantes e teste vocacional. O evento é realizado em parceria com o Ministério Público da Bahia (MPBA) e Ministério Público do Trabalho (MPT), Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador.