O governo do Estado precisa definir o que vai fazer com espaço tão nobre
Da Redação , Salvador |
18/05/2016 às 11:31
Uma excelente casa de shows que a cidade perdeu
Foto: BJÁ
Completou no final de abril um ano que o Bahia Café Haal da Av Luiz Viana (Paralela) está fechado e se deteriorando. Casa de show de grandes atrações na capital, encerrou as atividades após ação judicial do governo do Estado contra a empresa que explorada o local, alegando desvio de finalidade e baixa remuneração do aluguel. A Saeb prometeu manter o espaço como centro de atividades de cultura, mas, está enferrujando suas estruturas e o mato tomou conta do espaço.
A história é antiga e desde que o PT chegou ao governo implicou-se com o empreendimento e uma ação de desapropriaçãoa de posse acabou fechando a casa, que também abriga um restaurante de qualidade, comandado por Guilardo, ex-dono arrendatário do Chez Bernard. O Bahia Café era administrado - a parte de shoes - por seu filho Guilhardo Filho.
Segundo Guilardo, quando a concessão foi concedida o Bahia Café Hall a empresa conseguiu captar um sócio estrangeiro para investir no negócio. "Ele é de Angola e tem negócios tanto lá quanto na Europa. Ele investiu por adorar a Bahia. A gente traz um investidor pra cá, vende a Bahia, conseguimos construir uma casa de eventos que é respeitada e no fim não temos o apoio do Governo", criticou em depoimento ao Bocão News, na época.
De acordo com Guillardo, o investimento inicial foi de aproximadamete R$ 1.5 milhão. "Não recebemos o Bahia Café pronto. Não tinha nem chão. Todo aquele salão fomos nós que construímos há dez anos", contou, informando que com as reformas feitas houve um custo de mais R$1,5 milhão.
NOTA DA SAEB
A secretaria de Administração do Estado da Bahia (SAEB), através da assessoria de imprensa, informou ao site Bocão News que, inicialmente esta área foi cedida a um restaurante em 2005. "Tinha a finalidade de atender aos funcionários do CAB e foi cedido ao restaurante Bernard dentro dos parâmetros para o funcionamento deste tipo de estabelecimento, cujo aluguel ficou no valor de R$ 7 mil", explicou a SAEB. Ainda conforme a assessoria, o Bernard repassou as atividades para o Bahia Café Hall, o que é permitido, mas a atividade foi desvirtuada da função inicial. Em 2010, este contrato acabou, findou-se e o Estado disse para o empresário que não teria interesse em manter e pediu o patrimônio", ressaltou.
Quando questionado sobre a existência de diálogo entre o empresário e Governo, a SAEB informou que "isso foi tentado várias vezes e, por isso, foi necessário judicializar. Queremos dar uma utilidade mais correta e justa a um espaço que é público e que não pode ser explorado por um único interessado. O que se pretende é lançar editais e abrir a possibilidade para que muitos possam partilhar e não somente um", afirmou.
Ainda de acordo com a secretaria, existe um interesse do Estado em manter o local com atividades voltadas para a área cultural. "O Estado não vai abdicar disso e queremos seguir esta linha cultural", garantiu, sem apresentar ainda projetos ou prazos para a execução. A SAEB defende ainda que áreas que hoje estão sob domínio do Bahia Café Hall "estão completamente abandonadas e podem servir ao Estado. Ele (o empresário) interferiu na arquitetura e nunca pediu permissão ao Estado para construir o que quer que seja. Aquilo que ele fez e que for considerado benfeitoria permanecerá em direito do Estado por ser patrimônio público", explicou, alegando que desde 2007 foi feito um levantamento patrimonial onde se questionou os termos desta concessão. "Foram considerados injustos e irresponsáveis. Ele se recusa a devolver um patrimônio que é o Estado e por isso foi pedido a reintegração de posse", afirmou a assessoria.