Movimento foi comandado pelo Sindsefaz
Moacy Neves , Salvador |
07/04/2016 às 16:30
Passeata de servidores foi até a governadoria
Foto: DIV
Servidores do estado realizam na manhã desta quarta (07) uma caminhada no Centro Administrativo da Bahia, para protestar contra o congelamento salarial imposto pelo governador Rui Costa. O movimento, que chamou a atenção de todos no CAB, fortaleceu a mobilização do funcionalismo, que prepara um dia de luta em 13 de abril, junto com servidores federais, com ato público na Assembleia Legislativa.
O movimento teve início às 9h com uma concentração na Assembleia Legislativa. Logo depois, por volta das 10h30, os mais de 3 mil servidores presentes saíram em passeata pelo CAB. A primeira parada aconteceu na Secretaria da Fazenda. A ida à Sefaz se deve ao fato de ali estar o secretário Manoel Vitório, que "os servidores avaliam como sendo o capitão do arrocho salarial, o homem que comanda a tesoura do corte de direitos e dos salários", segundo Sindsefaz.
Após a parada para o ato na Sefaz, os manifestantes se dirigiram à Governadoria. Lá, uma comissão foi recebida pelo secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes. Os servidores reivindicaram a convocação da Mesa Central de Negociação para discussão sobre o reajuste salarial de 2016. A representação do funcionalismo deixou claro ao titular da Serin que não aceitarão congelamento salarial.
Para o auditor fiscal Cláudio Meirelles, diretor de Organização do Sindsefaz, o governo não respeitou a data-base do servidor, que foi em 1º de janeiro e tenta criar o fato consumado com sua proposta de reajuste zero. Para ele, é necessário abrir o processo de negociação imediatamente. “É preciso que o governador reconheça que houve um erro de método ao ignorar as entidades sindicais e anunciar o congelamento salarial pela imprensa. Se não houver negociação, a alternativa dos sindicatos será ampliar a mobilização em todas as secretarias”, diz ele.
Meirelles avalia que diante da crescente insatisfação dos trabalhadores, o melhor que o governo tem a fazer é sentar para negociar a fim de encontrar alternativas para concessão da reposição salarial. “Agora cabe à Secretaria da Fazenda apresentar a verdadeira situação financeira do Estado para que, debruçando-se sobre os números, possamos encontrar conjuntamente uma forma de diminuir as perdas que os servidores já vêm acumulando desde 2013”, finaliza.
Segundo o Sindsefaz, as perdas salariais dos servidores são de 18,16%. O percentual inclui a inflação de 2015, medida pelo IPCA (10,67%) e os resíduos de 2013 a 2015, quando o governo iniciou sua política de parcelamento do índice de reajuste. Em 2013, a perda foi de 1,85%. No ano seguinte foi de 1,88% e agora em 2015 foi de 2,90