Salvador

BANDIDO diz que não se reage a assalto, daí que matou o marinheiro

Policia está à caça de dois comparsas de Epin
SSP , Salvador | 19/01/2016 às 19:58
Epin tem longa folha corrida de crimes
Foto: Correio
Dois homens que acompanhavam o assaltante Crispiniano Santos da Silva, o ‘Epin’, de 23 anos, responsável pelo latrocínio do aprendiz de marinheiro Marcos Paulo Lira Nunes, 19, no domingo (17), estão sendo procurados por investigadores da 16ª Delegacia Territorial (DT/Pituba) e 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico). Alex José Conceição, o ‘Doze Dedos’, 27, e outro comparsa identificado pelo apelido de ‘Chuck’ davam cobertura ao ataque, ocorrido numa passarela da Avenida Tancredo Neves, e cuja vítima reagiu à abordagem.

A informação foi dada durante coletiva realizada, na manhã desta terça-feira (19), no DHPP, pelas delegadas Mariana Ouais (DH/Atlântico) e Maria Selma Lima (DT/Pituba), à imprensa, que recebeu a foto de ‘Doze Dedos’ e a informação de que nos próximos dias um retrato falado de ‘Chuck’, feito pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT), será distribuído. 

Os três integram uma quadrilha que age naquela região da Praça Newton Rique, aliás, o mesmo local onde Crispiniano foi preso, na noite de segunda-feira (18), por investigadores daquele departamento. O latrocida, que disse residir no Subúrbio, vive perambulando por aquela região.

Segundo a delegada Mariana Ouais, Crispiniano, que chegou a alegar um caso passional como motivação pela morte do marinheiro, tem um vida pregressa longa, iniciada aos 7 anos de idade. Desde, então, enquanto adolescente, ele já registrou 16 apreensões. Já como adulto, reúne uma lista de assaltos, casos de tráfico e outro homicídio. Foi ele que, na manhã de hoje, mudou a versão de seu depoimento e apontou os dois comparsas como participantes do crime de domingo. Para a delegada, Crispiano queria convencer os policiais de que fora autor de um homicídio e não do latrocínio, cuja pena é muito maior.

Frieza

Na manhã desta terça-feira (19), Crispiniano contou como atacou o marinheiro. Segundo ele, o que chamou a atenção foi um volume que parecia ser um celular no bolso do rapaz. Ele então acionou os dois comparsas para realizar o roubo. Foi Crispiniano quem anunciou o assalto, mas Marcos Paulo acabou reagindo. 


"Não era minha intenção (de matar), mas ele reagiu e veio para cima de mim, tentando me dar um murro. Minha única obrigação era esfaquear ele. Mas não era para morrer", contou o assaltante com bastante frieza. "Fazer o que, se já morreu? Vou ficar preocupado com o quê? Agora é pedir perdão a Deus", completou.


Crispiniano estava armado com uma faca e deu três golpes em Marcos Paulo. Ele contou que o objetivo era esfaquear apenas o braço da vítima. "Ele segurava a minha mão. Não era para acontecer, mas pegou na pescoço. Agora vou ter de pagar", disse. Quando questionado sobre a quantidade de golpes, o suspeito ainda debochou da vítima. "Não se reage a assalto", afirmou

DOZE DEDOS
A delegada Maria Selma, que estará à frente do inquérito policial, disse que ‘Doze Dedos’ saiu do presídio recentemente e, de acordo com informações obtidas pelos seus investigadores, desde, então, está praticando assaltos. A delegada acrescentou ainda que o aprendiz de marinheiro estava há aproximadamente 50 dias em Salvador, embarcado e realizando trabalhos rotineiros. Os pais residem no Rio de Janeiro.