Salvador

MILHARES DE BAIANOS louvam a Santa Bárbara, sem chuva, raios e trovões

Uma festa que é, hoje, a mais autêntica em religiosidade da cidade no calendário popular
Tasso Franco , da redação em Salvador | 04/12/2015 às 15:32
O andor de Santa Bárbara foi o mais disputado da procissão
Foto: BJÁ
  Milhares de pessoas participaram nesta sexta-feira, 4, da festa em louvor a Santa Bárbara, a santa mais querida de Salvador, e que no sincretismo religioso do candomblé representa Iansã, a orixá de sangue quente, senhora dos raios e dos trovões. O calor esteve intenso, muita gente protegida com sombrinhas e usando leques, mas, desta feita, a santa e a orixá, para muitos uma única, mãe, rainha, deusa, não mandou roncar os trovões e cair chuva.

  Fez falta porque o calor estava demais. Mas, o povo de santo, em sua maioria, não se preocupou com isso e lotou o largo do Pelourinho para participar da missa campal celebrada pelo padre Lázaro Muniz, após alvorada e repicar de sinos na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos.

   O tema central deste ano é “Santa Bárbara, filha digna de Nossa Senhora do Rosário, intercedei por seus filhos e filhas nesses 330 anos de Resistência, Tradição, Religiosidade e Fé”. Os festejos seguiram em procissão pelas ruas Gregório de Mattos, João de Deus, Terreiro de Jesus, Praça da Sé, Misericória, Ladeira da Praça e Baixa dos Sapateiros.

   A procissão, ponto alto da festa, que neste ano teve pouquissimos turistas e está se tornando uma celebração eminentemente baiana, do povo de santo, começou por volta das 11h sendo aberta pelo gaurdião da festa com andores de Cosme e Damião, São Jorge, São Sebastião, São Miguel, São Lázaro, São Jerônimo e Santa Bárbara.

   Todos os andores estavam muito bonitos bem decorados, cada santo sendo conduzido por fiéis e ordem religiosa de cada protetor, sendo que o andar mais destacado era o para Santa Bárbara com rosas brancas no teto e rubras em volta da imagem da santa. A disputa para tocar no andor da santa foi acirrada. Para conduzir o andor, então, uma luta.

   Mestre Clarindo Silva, proprietário da Cantina da Lua suou a camisa, mas, conseguiu. Uma filha de santo chamada Rita de Iansã também teve que enfrentar a fila para tocar no andor e fazer suas preces ao lado da santa.

   A procissão fez uma parada no quartel do Corpo de Bombeiros da Ladeira da Praça, como de praxe, uma vez que a santa é a padroeira do CB e a banda executou músicas em louvor a Bárbara. Algumas filhas de santo deram santo e as sirenes tocaram. Houve também uma parada no Mercado de São Miguel com andor no cortejo.

   Finalmente, a procissão foi até o mercado de Santa Bárbara, na Baixa dos Sapateiros, para o caruru, samba de roda e cerveja. (TF)