Salvador

CRIME DA RIBEIRA: PM reformado que matou jovem já havia sido expulso

PM fará depoimento a delegado nesta terça-feira, 21
CORREIO e DCS , Salvador | 21/07/2015 às 17:00
Jorge Antonio Gomes dos Santos responde a outro crime
Foto: Almiro Lopes
(Atualizada às 17h50min)

   A Polícia Militar da Bahia demitiu em 2006 o soldado Jorge Antônio Gomes dos Santos, 45 anos, suspeito de cometer um crime no bairro da Ribeira no último sábado (18), após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) sobre cometimento de homicídio.

Após ficar quatro anos afastado da Polícia Militar, o soldado foi reintegrado em 2010 mediante decisão judicial. Ao retornar à corporação, a Junta Médica da PM julgou que Jorge era incapaz de desempenhar a atividade policial militar, desde então, encontrava-se na condição de reformado. 


 
(Matéria das 17h)

O PM da reserva Jorge Antonio Gomes dos Santos, 45 anos, suspeito de matar o técnico em informática Fábio Luiz dos Santos Carmo, 33 anos, dentro de uma pizzaria na Ribeira, se apresentou na tarde desta terça-feira (21) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na Pituba.

Não há informações sobre a companhia na qual Jorge Antonio foi lotado, nem sobre há quanto tempo atuou na corporação. Ele presta depoimento na tarde desta terça-feira (21) ao delegado Reinaldo Mangabeira, da 3ª Delegacia de Homicídios.

Crime

Na noite da sexta-feira (17), Fábio estava na Caravelas Pizza Bar  com a namorada, a enfermeira Patrícia Mattias, a sobrinha dela, um amigo, a prima e uma amiga. Eles comemoravam a conquista do novo emprego de Fábio, que começaria no dia 1º de agosto.

"Testemunhas nos contaram que em outra mesa tinham três rapazes que estavam comemorando alguma outra coisa. Um deles abriu uma garrafa de champanhe e sacudiu. A bebida molhou Fábio, a namorada e outras pessoas no local", relata Leoni. 

Uma amiga de Fábio que estava no local disse que o técnico chegou a conversar com o trio, mas de forma tranquila.

"Fábio foi lá falar com eles. Mas foi tudo numa boa, eles pediram desculpa e ainda abraçaram ele”, lembrou Hanna Moraes. Depois de um tempo, o mesmo homem voltou a comprar outra garrafa de champanhe e estourá-la, repetindo a chuva de bebida sobre as pessoas que estavam próximas.

"Nessa hora, Fábio falou: ‘porra, cara!’, mas não fez nada. Só que nosso outro amigo se alterou e começou a discutir com o cara”, recordou a amiga. Para tentar resolver a situação, Fábio tomou à frente do amigo e foi conversar.

Foi nesse momento que o homem sacou a arma – uma pistola prata, segundo testemunhas – e disparou contra Fábio.

Hanna lembra que, mesmo caído, o técnico em informática ainda conseguiu gritar para que a sobrinha da namorada, uma garota de 15 anos, se afastasse.

“Ele só conseguiu mandar ela correr e o homem chegou perto dele e atirou duas vezes no peito e no rosto”, revelou a amiga.

A namorada de Fábio tinha ido ao banheiro se limpar após ter sido molhada pelo champanhe. Segundo o tio dele, o rapaz já tinha decido ir embora antes da discussão.

"Ele já estava caído no chão quando a namorada saiu do banheiro. O cara que atirou derrubou ele com um tiro na perna, e depois deu mais uns dois tiros antes de fugir", comenta o tio de Fábio.

Ontem (19), após o enterro do técnico, parentes, amigos e vizinhos se reuniram para pedir justiça. Com balões brancos e camisas que estampavam o rosto da vítima, junto com a frase “Você nunca será esquecido