Salvador

Luto na Bahia: morre o professor Roberto Albergaria

Roberto Albergaria de Oliveira foi um dos maiores nomes da história da Universidade Federal da Bahia
Metro1 , Salvador | 03/07/2015 às 18:40
Roberto Albergaria
Foto: Fernando Amorim, A Tarde

É com pesar que o Grupo Metrópole comunica a morte, aos 61 anos, do antropólogo Roberto Albergaria. O professor, um dos homens mais brilhantes da história da Bahia, foi uma das mais importantes partes destes nossos 15 anos de trajetória, com suas opiniões ácidas, irreverentes e abalizadas -- para muito além do cientificismo ou do academicismo que ora criticou, ora valorizou.

A morte de Albergaria, o nosso Albrega, deixa uma lacuna que a Bahia jamais vai conseguir preencher. Um intelectual  -- desculpa, Albreguinha, sabemos que você não gostava muito de admitir isso -- do mais alto título. Por isso, nossa homenagem não vem com lead, sublead, subsublead ou outras regrinhas bobas do jornalismo que você tanto ironizou ao longo desses anos de colaboração. 

O nosso comunicado vem falando coisa séria do jeito informal que nos acostumamos a ouvir em seus comentários.

E vem carregado da verdade e da emoção que tomou a todos quando soubemos da notícia. 

Obrigado por tudo, Albreguinha.

Roberto Albergaria de Oliveira foi um dos maiores nomes da história da Universidade Federal da Bahia (Ufba), transcendendo o ambiente acadêmico e conquistando espaço e credibilidade na imprensa baiana por sua capacidade de falar com propriedade dos mais variados assuntos -- não à toa, a expressão bem-humorada "Não tem especialista? Ouve Albergaria" se popularizou nas redações baianas. Ele se formou em história na Ufba em 1974, poucos anos depois de abandonar a faculdade de direito. Depois, conquistou o diploma de estudos aprofundados em Antropologia, Etnologia e Ciências das Religiões pela Universidade de Paris VII, e em Sociedade e História Americanas pela Universidade de Paris I, além do doutorado em Antropologia pela Universidade de Paris VII.

Foi também professor associado da Ufba, com trabalhos que discutiam sobretudo mídia, carnaval, simbolismo e baianidade, no Departamento Antropologia e Etnologia da instituição. 

Fora da academia, além dos polêmicos comentários semanais na Rádio Metrópole, foi um dos responsáveis por um dos mais importantes marcos da imprensa baiana nos anos 2000, o Carnaval do Papão, no jornal A Tarde.