Militares das forças armadas e convidados celebraram nesta quarta (10) e quinta-feira (11), a Páscoa dos Militares. O evento é uma demonstração de fé, um momento de redenção e louvor a Deus, cujo objetivo maior é promover a comunhão pascal entre militares da Marinha, Exército, Aeronáutica e Polícia Militar, praticantes das religiões católica, evangélica, espírita e de matriz africana.
A primeira reunião aconteceu na Igreja da N. Sra. da Conceição da Praia e foi presidida pelo auxiliar da Arquidiocese Militar do Brasil, Dom José Francisco. A homilia foi intercalada com a participação do coral da PM com as canções “Haja Louvor”, Jesus Alegria dos Homens” e “Ave Maria”. Os católicos também presenciaram a entrega dos ofertórios, com objetos que simbolizam a atividade de cada instituição militar. A Marinha (navio), o Exército (mochila de campanha), a Aeronáutica (avião) e a Polícia Militar (capacete).
O padre Dimas ressaltou a celebração como um momento de alegria, comunhão e agradecimentos entre as forças. “Não devemos esquecer que esse momento representa o amor e a esperança do nosso Cristo ressuscitado para termos êxito em nossas missões de paz, amor e justiça nesse mundo”, concluiu.
A Capelania Evangélica da Polícia Militar da Bahia realizou, na noite de quarta-feira (10), a celebração, com o tema “Jesus, nossa Páscoa, Ele vive. Polícia Militar da Bahia e comunidade na corrente do bem”, reuniu policiais, bombeiros e demais militares das forças armadas na Igreja Batista Sião, localizada no Campo Grande.
O major Gildásio, capelão evangélico, iniciou a cerimônia dando boa vindas aos presentes e exaltou a importância do congraçamento entre os militares. Em meio a belos louvores, a leitura bíblica foi proferida pelo capitão Vila Nova, enquanto o major Neri fez uma oração clamando proteção e agradecimento às bênçãos alcançadas por todos. Em seguida a mensagem do tenente coronel EB RR Walter Pereira Mello, presidente da Federação Nacional de Militares Evangélicos, ressaltou que o militar é um instrumento nas mãos de Deus e fez uma analogia da missão institucional com a passagem do evangelho que cita “o sal da terra”.
O coronel Anselmo Brandão, comandante geral da PM, fez os agradecimentos aos presentes, destacando a alegria do culto e que no seu comando eventos semelhantes ocorrerão com mais frequência, dada a importância da religião na nossa vida. Após as bênçãos finais o evento foi encerrado com louvores entoados por todos sob os acordes da Banda de Música Maestro Vanderley.
Já a comemoração do Núcleo Espírita da Corporação (NEPOM) aconteceu na quinta-feira (11) no auditório do Departamento de Pessoal, localizado nos Barris, dando continuidade às comemorações da Páscoa dos Militares.
Durante a reunião, o palestrante Antônio Carlos falou sobre o amor, a crucificação de Cristo e do quanto a doutrina espírita nos ensina. “A Páscoa é um momento de reflexão, somos todos filhos de Deus, precisamos olhar e ajudar os nossos irmãos”, disse.
Para o coronel Anselmo Brandão: “No momento de páscoa precisamos refletir, nós somos os principais responsáveis pelas mudanças em nossas vidas. O que podemos fazer, através de nossa profissão em prol do próximo”.
Encerrando as celebrações da Páscoa dos Militares, o Núcleo de Religiões de Matrizes Africanas e Indígenas da PMBA (Nafro) realizou a Celebração da Família, no Centro de Amaralina, na tarde de quinta-
feira (11).
Na ocasião foi exaltada a união, o amor ao próximo e o respeito às religiões africanas. Policiais militares caracterizados com as vestimentas de suas religiões, ou fardados, participaram do culto batendo o atabaque, puxando as cantigas ou mesmo contanto um pouco da história da religião. Entre eles a coordenadora do Nafro, tenente Thaís Ramos, o subtenente Rainer Kruper e o sargento Libânio.
No final do evento a procuradora Luislinda Valois fez um desabafo contra a intolerância, e encerrou com uma declaração de amor à corporação. “Costumam me chamar de puxa saco da Polícia Militar. Mas sabe que este é um título que muito me envaidece?! Eu sou realmente isso. Eu amo a Polícia Militar”. O cantor Gerônimo encerrou o culto com músicas das religiões de matrizes africanas.
Tradição histórica – Quando os militares retornaram ao Brasil, após a Segunda Guerra Mundial, em 1945, o período da Páscoa já havia passado.
Então, as Forças Armadas resolveram celebrar uma missa na Praça XV, Rio de Janeiro, para que a data, mesmo fora do tempo pascal, fosse comemorada pelos militares com seus familiares. Todas as capitais do Brasil celebram a Páscoa dos Militares, sempre em período diferente do tradicional, determinada pelo Arcebispado Militar do Brasil.