Atividade de professores(as) e estudantes será em frente à universidade, em Salvador, às 7h. Em todos os
campi os portões ficarão fechados até sexta-feira (15). A greve é por tempo indeterminado
Murilo Bereta , Salvador |
12/05/2015 às 14:35
Charge pede a Rui para negociar
Foto: Rice
Nesta quarta-feira (13) começa a greve por tempo indeterminado nos 24 campi da Uneb
por todo o estado. A ação foi decidida em assembleia geral docente, realizada
em 07 de maio. O início da greve será amanhã em respeito à determinação do
Supremo Tribunal Federal, que baseado na Constituição Federal, art. 37, inciso
VI, recomenda que greves só poderão iniciar três dias úteis após sua aprovação.
No campus I da Uneb, em Salvador, às 7h, professores e estudantes farão o
fechamento dos portões e ato público. O objetivo é reforçar a denúncia à
sociedade sobre a crise orçamentária das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba).
Na ocasião acontecerá um café da manhã com panfletagem e apitaço, faixas,
bandeiras e carro de som.
A greve acontece nas quatro estaduais da Bahia (Uneb, Uefs, Uesb e
Uesc). Para o comando de greve da Associação dos Docentes da Uneb (ADUNEB), a radicalização
foi necessária diante do descaso do governo do estado com a crise orçamentária
das Ueba; e a contraproposta rebaixada à pauta de reivindicações 2015, que não
contempla as demandas da comunidade acadêmica. Por falta de
recursos, docentes e técnicos sofrem com o déficit no quadro de vagas, há
insuficiência de materiais didáticos e equipamentos nos laboratórios, falta
política eficaz de permanência estudantil, atrasos em bolsas de auxílio à
pesquisa, entre outros problemas.
Além da falta de infraestrutura, a redução orçamentária imposta pelo
governo faz com que direitos trabalhistas dos professores, garantidos em lei,
como promoção, progressão e alteração de regime de trabalho não sejam cumpridos
pelo estado. Existem docentes com direitos adquiridos que aguardam na fila de
promoções há mais de um ano. Agora, com as reivindicações, o governo tenta
negociar esses direitos como se fossem ganhos à categoria docente. O movimento
docente é claro: direito não se negocia!
Descaso
Para piorar o problema os representantes do governador fingem não
perceberem a gravidade da crise orçamentária das Ueba. Além de agir com descaso
às reivindicações da comunidade acadêmica, se utilizam de um discurso leviano
para tentar confundir a opinião pública. Enquanto os professores, de maneira
responsável, lutam pela melhoria da educação, reivindicando 7% da Receita
Líquida de Impostos e denunciando o corte de R$ 19 milhões, nos últimos dois
anos, nos setores de custeio e investimento; o governo se utiliza dos números
do setor de pessoal e afirma que ampliou em mais de 145% o recurso das Ueba de
2007 e 2015. O que o governo não informa é que a ampliação da folha de pessoal
é consequência da importância e da expansão das universidades estaduais. Para
atender as carências e demandas regionais da Bahia, por exemplo, aumentam os
cursos de graduação, pós-graduação, especializações etc, o que tem como resultado
o aumento da folha de pessoal.
Em defesa da educação pública superior das Ueba, enquanto patrimônio do
povo baiano e dos direitos trabalhistas da categoria, os professores estão
unidos e dispostos a aumentar, se necessários, o tensionamento e a radicalização
do movimento.
Por 7%, no mínimo, da RLI já! Pela valorização do trabalho docente!