Salvador

DOM MURILO leva palavra de Deus às famílias do Barro Branco em visita

Veja como foi a visita do arcebispo
Pascom , Salvador | 30/04/2015 às 19:01
Arcebispo conversa com moradores da localidade
Foto: Pascom
   O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, visitou na manhã desta quinta-feira a
comunidade do Barro Branco, na Av. San Martin, onde onze pessoas morreram após as fortes chuvas que atingiram Salvador no começo da semana. Em sua passagem pelo bairro, conversou e rezou com moradores. 

“Deus se manifesta numa hora dessas de muitas formas: através dos anjos que coloca na vida dessas pessoas e através da própria comunidade. Se é doloroso ver o lugar onde houve tantas mortes, é confortador saber que tanta gente fez o possível e o impossível para ajudar quem sofre”, afirmou o arcebispo.

Entre aqueles que abraçaram a luta dos desabrigados e familiares dos que morreram está Regina Souza. Foi na casa dela que muitas das vítimas foram socorridas e alguns corpos ficaram à espera dos encaminhamentos do IML, o Instituto Médico Legal. “Quando penso que Jesus Cristo deu a vida por todos nós, procuro ajudar o próximo, com
todo sofrimento e angústia. Às vezes, vem a sensação de que a gente não pode fazer nada e de que o que faço é pouco, mas tenho fé na Virgem Maria, que vai nos dar força e coragem pra continuar na luta”, afirma com a expressão cansada de quem tem cozinhado para os vizinhos e ajudado na distribuição de doações recebidas.

A visita foi guiada pelo padre José Carlos Silva, pároco de Nossa Senhora de Guadalupe, no Alto do Peru,
há 20 anos. O sacerdote, que tem acompanhado as famílias da região desde segunda-feira, conhecia cada uma das vítimas. Entre as histórias, ele lembrou a de um homem que estava prestes a se mudar para o Bonfim, onde havia acabado de comprar uma casa. 

“O sentimento é de revolta, porque há 19 anos aconteceu a mesma coisa e não se vê por parte dos governos municipal e estadual para que o fato não se repita”, afirmou. O padre lembrou que no último acidente, a
prefeitura ofereceu aluguel social e casas aos prejudicados, mas as pessoas venderam as casas e voltaram para o mesmo lugar. “Aqui, depois que deixou de haver fiscalização da prefeitura, há 15 anos, as pessoas voltaram a construir”, relatou.

De acordo com Dom Murilo Krieger, neste momento, o papel da Igreja é rezar pelos que se foram e pelos que ficaram, incentivar os gestos de solidariedade e acompanhar a comunidade na busca por soluções para o problema. No próximo domingo, o padre José Carlos Silva vai se reunir com a comunidade para pensar em propostas para
apresentar ao poder público.