Os tipos populares dão o tom na festa do Bonfim
Tasso Franco , da redação em Salvador |
15/01/2015 às 16:36
Filho de Gandhy expõe todo seu charme no cortejo para o Bonfim
Foto: BJÁ
São tantos e diferentes uns dos outros os tipos populares existentes em Salvador, hoje, na Lavagem do Bonfim, vestidos à caráter que fica dificil escollher um deles como o representante máximo da cidade.
Claro que esse representante fora-de-série é a baiana, aquela estilizada e vestida de branco, e a baiana comum, negra-cor, com centenas delas presentes à festa, belíssimas. Deusas do Ébano.
Nesses momentos das festas populares de rua em Salvador essas pessoas procurarm ir vestindo o de melhor, o que mais chama a atenção, quer aquela beleza natural; quer numa forma irreverente de protesto como o cidadão que foi vestido de mortalha - antiga veste do Carnaval baiana - metade de Vitória e metade de Bahia, e ainda portando chifres, cornos.
E o que dizer de centenas de rastas - de rastafari - que encontramos no cortejo, uns tocando banjo; outros na percussão; outros no pandeiro; ademais paquerendo; 'zezinhos' se expondo para dizer que é bonito beleza. Uma maravilha. Havia também dezenas deles de toucas com as cores da Jamaica, mais até do que as cores do Bahia.
Fantasiados de Filhos de Gandhy havia aos montes. Negros, retintos, turbantes vistosos à mostra. O Gandhy destoou no cortejo porque levou segurança para proteger seus 'homenzarrões'.
Ora, os blocos afros falam tanto em integração, não ao 'aparthaide' e, de repente, Gandhy dá uma bobeira dessas.
O cortejo ao Bonfim é um mosaico de Salvador, um espelho. Nesta festa, que só tem concorrente em figuras populares ao 2 de Julho, data de independência da Bahia, as pessoas se expõem, se mostram, revelam sua sexualidade, ficam mais soltas, mais bonitas. Um graça.
A ginga corre solta tanto no jogo da capoeira que se instalou na Praça Cairu; quanto na cantada chavão a um (a) turista.
Baianao - diz-se - nasce feito. Nasce artista.
O radialista Cristovão Rodrigues, anos e anos no rádio, conhecedor do Carnaval de Salvador, conhecedor do povo, diz que fica encantado com os tipos existentes na lavagem. A beleza das pessoas, a graça, a harmonia.
Destaca, ademais, que a Cidade-Baixa tem mais o cheiro do povo, da cidade popular, e a lavagem do Bonfim é uma marca dessa realidade.
Axé a esse povo alegre da Cidade da Bahia.