Salvador

MILHARES fiéis reverenciam Santa Bárbara, mas os trovões não roncaram

A festa segue durante todo o dia nos mercados São Miguel e Santa Bárbara, na Baixa dos Sapateiros
Tasso Franco , da redação em Salvador | 04/12/2014 às 15:05
Uma das festas populares mais bonitas de Salvador aconteceu nesta quinta-feira, 4
Foto: BJÁ
   Milhares de fiéis de Santa Bárbara - no sincretismo religioso baiano Yansã - foram nesta quinta-feira, 4, ao Pelourinho para homenagear uma das mais queridas veneráveis da igreja católica e do candomblé na Bahia, mas, não houve o ronco dos trovões, nem cairam raios sobre a cidade do Salvador. Ainda assim, não faltaram alegria, devoção, amor, vivas, lágrimas, água de cheiro e baianos dando santo.

  A festa em louvor à Santa Bárbara é organizada pela Venerável Ordem Terceira do Rosário de Nossa Senhora às Portas do Carmelo – Irmandade dos Homens Pretos, e faz parte do chamado Ciclo de Festas Populares de Salvador. As comemorações começaram com um tríduo entre os dias 1º e 3 de dezembro e o dia festivo, hoje, iniciado com uma alvorada às 6h.

A missa será celebrada às 8h, na Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Largo do Pelourinho e, após a celebração, foi realizada uma procissão que percorru as ruas Gregório de Mattos, João de Deus, Terreiro de Jesus, Praça da Sé e Ladeira da Praça e Baixa dos Sapateiros. Na sede do Corpo de Bombeiros, localizada na Barroquinha, a padroeira da corporação será homenageada e, em seguida, o cortejo seguiu para a Baixa dos Sapateiros e retorna ao Pelourinho pela Rua Padre Agostinho.

História e devoção 

 Segundo as tradições cristãs, Santa Bárbara foi uma jovem nascida na cidade de Nicomédia, na atual Turquia, filha única de um rico e nobre habitante local. Por seguir a fé cristã, e não o culto aos deuses do Olimpo como era tradição onde vivia, foi morta pelo próprio pai em via pública. No momento da morte, um trovão estrondou pelos ares. Por isso é conhecida como a protetora dos relâmpagos e tempestades. 

A devoção de origem católica foi trazida à Bahia pelos portugueses no final do século XIX e recebeu vários elementos do candomblé devido ao sincretismo da imagem da santa com a orixá africana Iansã, simbolizada pela cor vermelha. É também padroeira do Corpo de Bombeiros e dos mercados.