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A Tarde , Salvador |
07/11/2014 às 14:32
Jovem teria sido levado pela PM
Foto: Reprodução
Rute Fiúza ainda tenta entender o que aconteceu com o seu filho, Davi, de 16 anos. No dia 24 de outubro, a dois dias do segundo turno das eleições, o adolescente desapareceu na porta de casa, no bairro Vila Verde, na região da Estrada Velha do Aeroporto, e até o momento não foi localizado.
A mãe do adolescente acusa a polícia de ser responsável pelo sumiço. Segundo ela, Davi estava na frente da residência por volta de 7h30, quando viaturas da 49ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM), da Rondesp e da Peto chegaram ao local (uma rua sem saída) e levaram ele. Além das viaturas, havia ainda dois carros sem padronização.
"Os agentes pegaram meu filho e entregaram ele para estes cidadãos que estavam nos outros carros. Ele foi amarrado e encapuzado. Os vizinhos gritaram para os policiais que ele era morador, mas não adiantou nada", denuncia Rute.
A família do adolescente prestou queixa na Corregedoria Geral da Polícia Militar, que nesta quinta-feira, 6, também ouviu os depoimentos das testemunhas do caso. Além disto, na última segunda, 3, as câmeras de segurança da rua foram recolhidas para serem analisadas pela polícia.
"Meu filho não é envolvido com drogas nem com o crime. Mesmo se eles (a polícia) tivessem motivo para levá-lo ou confundissem ele com um criminoso, deveriam entregá-lo ao órgão competente. Mas encapuzar, amarrar? Estamos na ditadura de novo", enfatiza a mãe do adolescente.
Rute afirma que não tem medo da exposição por causa do caso. Ela não foi ameaçada, mas conta que, na quarta-feira, 5, um carro esteve na porta da casa dele, onde ficou parado por cerca de 15 minutos.
Quando estava em contato com a reportagem do Portal A TARDE, Rute disse que havia outro carro parado perto dela, e que iria desligar o celular para registrar o fato. "Eu não tenho medo deles, e vou atender a imprensa sim, porque quero encontrar meu filho", revelou.
Em nota, o Departamento de Comunicação Social da Polícia Militar disse que a Corregedoria já adotou "todos os procedimentos para apurar a denúncia sobre o suposto envolvimento de policiais militares" no desaparecimento do adolescente.
O comunicado informa também que, até o momento, as testemunhas "não informaram dados preciso que possam identificar os supostos autores. As inivestigações continuam para que o fato seja elucidado".