A comunicação é também uma arma valiosa numa guerra ainda mais agora com a internet
Tasso Franco , Salvador |
12/10/2023 às 18:22
Manchete do The Sun mostra morte de jovem inglesa executada pelo Hamas
Foto: REP
A guerra entre Israel e o Hamas entrou na fase de trocas de mensagens entre os grupos à midia internacional cada qual tentando impor seus pontos de vistas.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condena a violência contra civis “de ambos os lados”. Já o ministro da Energia israelita, Israel Katz, garantiu esta quinta-feira que manterá Gaza sem eletricidade, água e combustível até que o Hamas liberte todos os seus reféns. “Ajuda humanitária a Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses voltem para casa”, tuitou Katz.
A Cruz Vermelha já havia pedido que se facilitasse a chegada de ajuda humanitária à Faixa, em meio a temores de que os hospitais ali se transformassem em necrotérios quando perdessem a eletricidade. A Comissão Europeia anunciou hoje, quinta-feira, a abertura de uma investigação à rede social X (antigo Twitter) pela alegada disseminação de desinformação e conteúdos violentos em relação ao conflito entre Israel e o Hamas.
O número de vítimas ascende a 1.300 mortos e 3.200 feridos em Israel; e 1.537 mortos em Gaza e mais de 6.000 feridos.
‘A situação é devastadora’: ONU alerta que alimentos e água em Gaza acabarão ‘muito em breve’. O Programa Alimentar Mundial (PAM) da ONU classificou a situação na Faixa de Gaza como “terrível” e alertou que os suprimentos cruciais estavam perigosamente baixos depois de Israel ter imposto um bloqueio total ao território.
Estamos vendo escassez de combustível, de água [e] de eletricidade. Estamos vendo nossos abrigos superlotados. Não temos capacidade.
Há relatos de episódios esporádicos de violência ou agressão ocorridos noutras partes de Israel e noutros territórios palestinianos mais distantes de Gaza e daquela região meridional.
Em Jerusalém, parece que um homem armado palestiniano começou a disparar perto da Porta de Herodes, na Cidade Velha, que leva de e para o Bairro Muçulmano.
E em Masafer Yatta, um grupo de aldeias palestinas na porção sul da Cisjordânia ocupada, ao sul de Jerusalém e Hebron, Beth transmitiu um relatório sinistro do jornalista palestino Basel Adra de que colonos judeus vestiram uniformes como cobertura para atacar residentes palestinos.
O Hamas acaba de dar um briefing sem precedentes em inglês à mídia mundial, via Telegram, a correspondente do Guardian em Jerusalém, Beth McKernan, está reportando sobre o salto, via X/Twitter.
THE GUARDIAN
Joe Biden e Donald Trump continuaram a entrar em conflito sobre a guerra Israel-Hamas na quinta-feira, enquanto um porta-voz da Casa Branca repreendia o ex-presidente dos EUA pelo que chamou de comentários “perigosos e desequilibrados” sobre o conflito.
Falando na Flórida na quarta-feira, Trump, o favorito republicano para enfrentar Biden no próximo ano, chamou o Hezbollah – um grupo libanês também apoiado pelo Irã e que apoia o Hamas – de “muito inteligente” e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, de “um idiota”. .
Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, ficou “gravemente ferido”, disse Trump, acrescentando:
Ele não estava preparado. Ele não estava preparado e Israel não estava preparado. E sob Trump, eles não teriam que estar preparados.
Esses comentários provocaram uma reação severa da Casa Branca. “Declarações como esta são perigosas e desequilibradas”, disse Andrew Bates, vice-secretário de imprensa da Casa Branca.
Não sabemos por que razão algum americano alguma vez elogiaria uma organização terrorista apoiada pelo Irão como “inteligente” ou teria qualquer objecção a que os Estados Unidos alertassem os terroristas para não atacarem Israel.