Política

COMO O VOTO ÚTIL É IMPORTANTE PARA ACM NETO E PARA LULA DA SILVA (TF)

Estratégias parecidas nas candidaturas a presidente e a governador BA
Tasso Franco , Salvador | 24/09/2022 às 10:39
ACM Neto e Lula e a semana de trabalhar o voto útil
Foto: REP
     Assim como no Brasil, a eleição presidencial está polarizada entre o ex-presidente Lula da Silva e o presidente Jair Bolsonaro, o primeiro liderando as pesquisas e o segundo nos seus calcanhares, sem que o terceiro com apenas 7% das intenções dos votos possa alcançá-los; o mesmo acontece na Bahia, com ACM Neto liderando e Jerônimo Rodrigues em segundo, com o terceiro amealhando somente 6% das intenções dos votos. 

  No Brasil e na Bahia, na última semana da campanha que começa segunda-feira, 26, o voto útil pode ser fundamental, tanto para Lula; como para Neto.

  Os partidários de Lula já veem defendendo o voto útil há algum tempo malhando Ciro Gomes e Simone Tebet, os quais, juntos são detentores de 12% das intenções de votos e/ou 16% das intenções observando-se pesquisas dos vários institutos o que, no contexto brasileiro significam milhões de votos. Entendem que - isso os mais radicais - que Ciro e Tebet prestam um desserviços ao país levando a eleição para um segundo turno.

  Obviamente tratam-se de opiniões políticas radicais, sem amparo no direito do cidadão em votar naquele que deseja, e no direito dos candidatos de exporem suas ideias e receberem votos. O sol - usando uma expressão poética - brilha para todos. 

  Ciro já malhou aqueles que defendem o voto útil e Simone Tebet, idem, afirmando que vão até o fim do pleito, em 2 de outubro. E também deixam claro que, no caso de um segundo turno, tendem a liberar seus eleitores sem pedir que votem em A ou B, até porque seria um suicídio político fazer isso, sobretudo Tebet, a qual tem um futuro político pela frente e conseguiu, nesta campanha, ser conhecida dos brasileiros com posturas bem significativas e amealhou com intensidade a simpatia (e provavelmente o voto) das mulheres.

  Na Bahia. os partidários de ACM Neto também já estão defendendo o voto últil e sugerem que João Roma está a serviço do petismo uma vez que não contesta as agressões que o presidente Bolsonaro vem sofrendo no programa eleitoral do PT e estaria conversando com o senador Jaques Wagner, segundo notas divulgadas pela imprensa. Roma nega e até já recorreu a justiça eleitoral para suspender uma publicação no Política Livre. 

  Pelo sim; pelo não os partidários de Neto usam o mesmo argumento dos petistas contra Bolsonaro dando conta de que a candidatura Roma é um desserviço à Bahia e defende o voto útil. Ou seja, como Roma nasceu politicamente no âmbito do "carlismo" e elegeu-se deputado nesse contexto e não tem chance de eleger-se governador, os bolsonaristas deveriam votar no presidente Bolsonaro, mas, para governador em ACM Neto.

   Ao que tudo indica essa será a estratégia dos partidários de ACM Neto "atacando" politicamente os redutos onde Roma tem alguns votos; assim como será a estratégia dos lulistas para conquistar eleitores que ainda votam em Ciro e/ou Simone. 

   Um detalhe importante nesse processo é que, nem Lula; nem Bolsonaro podem atacar ACM Neto. Podem até ainda virem a Bahia apoiar seus candidatos, mas, sem atacar ou melindrar Neto, pois, um segundo turno no Brasil é imprevisível. E Neto, ganhando ou perdendo, terá uma quantidade de votos que não pode ser desprezada por nenhum dos dois. E as pesquisas, até agora, apontam uma vitória de Neto no 1º turno. (TF)