A votação de Lula no estado da Bahia segundo as pesquisas giram em torno de 60% a 65% dos votos
Tasso Franco , Salvador |
31/07/2022 às 10:31
A convenção de Jerônio sem o principal ator, Lula da Silva
Foto: Ascom PT
A ausência do ex-presidente Lula na convenção do PT da Bahia que homologou a candidatura de Jerônimo Rodrigues a governador, no último sábado, no Parque de Exposições, em Salvador, foi uma ducha de água fria no petismo baiano e, em particular, no governador Rui Costa e seu candidato.
Jerônimo, o qual vem destacando desde que foi lançado pré-candidato eliminando a real intenção do ex-governador Jaques Wagner, já pré-lançado pela direção estadual PT, sempre destacou que integra o "time de Lula", que "Lula voltará a Presidência para salvar o Brasil" e outras adjetivações, não recebeu a contra-partida esperada, almejada, com a presença de Lula na convenção.
Era o que se imaginava que iria acontecer devido a baixa avaliação do pré-candidato nas pesquisas eleitorais e as pré-chamadas da convenção nas redes sociais mostravam Jerônimo ao lado de Lula e, em algumas delas, sem a imagem de Rui Costa, seu padrinho.
O próprio Rui, em recentes declarações e 'posts' tem destacado a importância de Lula na campanha nacional e na Bahia, quando, em realidade, deveria ser ao contrário: primeiro Rui, que tem boa avaliação governamental e dirige um governo que completa 16 anos de petismo no estado e tem dado votações acima da média aos candidatos presidenciais, Lula e Dilma.
Na prática política não é Lula quem tem força política na Bahia e sim a estrutura do petismo montada por Jaques Wagner a partir de 2007.
É verdade que Lula foi eleito presidente do Brasil antes, em 2002, e na Bahia obteve neste pleito contra José Serra, 55,63% dos votos, o 'tucano" tendo apenas 16,86%; Garotinho 13.41% e Ciro Gomes 14%.
Mas essa foi uma votação que representava o desejo de mudança no país. E no segundo pleito, em sua reeleição, 2006, quando Wagner foi eleito governador da Bahia, aí deu-se o contrário, foi a campanha de Wagner que ajudou Lula a obter 78.08% dos votos contra 21.92% de Geraldo Alckmin, hoje, seu aliado e candidato a vice.
Nesta eleição o que aconteceu foi a vontade dos baianos em mudarem da política que era comandada por ACM e Wagner foi competente ao se juntar com ex-carlistas para vencer Paulo Souto.
Foi um a vitória de Wagner e não de Lula. Pelo contrário, Lula ficou até admirado com a vitória de Wagner a ponto de declarar que o "galego era retado".
Passados tantos anos é claro que as situações se modificam e, hoje, o sentimento que havia de mudança contra ACM agora é contra os 16 anos do governo petista, a famosa 'fadiga de materiais" acrescida da decisão de Rui em isolar Wagner e impor um candidato do seu bolso do colete, no estilo do antigo coronelismo, sem dar atenção aos partidos aliados antigos como o PCdoB e o PSB colocando um vice de Geddel Vieira Lima, do MDB, um noviço que entrou pisando forte na sala de cristais.
E política não se faz assim tanto que o PSD apenas está na campanha, o PP foi embora, o Avante e o Podemos faz de conta que está e assim por diante. E o senador Angelo Coronel bateu apenas o ponto na Convenção, distante, com cara de poucos amigos.
A responsabilidade total está nos ombros de Rui o qual, 'pariu Mateus' e tem que 'balançar'.
Daí esse sentimento de que Lula poderá salvar a Pátria baiana petista, o politico nacional com grande chance de vencer o pleito presidencial depois de uma reviravolta jurídica impressionante saindo da cadeia para ser aclamado.
Mas, Lula tem como missão principal a Presidência tem feito todo tido de aliança implodindo o PSDB com a ajuda de FHC e as estripolias de João Dória, levando para a chapa Alckmin, aniquiliando o PSOL, desidratando o PSB e até fazendo aliança com o União Brasil de Bitar e ACM Neto.
Daí que, a Bahia que cuide de si, em primeiro lugar, evidente que Lula apoia Jerônimo, porém, a parte principal quem tem que fazer é Rui e Jerônimo e não ele. Esse pareceu o recado de sua ausência na convenção do PT em Salvador, ontem. Só para ser mais didático há problemas maiores para Lula resolver no Cearé e em Pernambuco do que na Bahia, onde sua votação para presidente está em 61%. (TF)