Política

LULA ADOTA TOM MACRON NO DISCURSO LANÇAMENTO DE SUA CANDIDATURA (TF)

Ex-presidente chama Bolsonaro para a guerra: a verdade x a mentira
Tasso Franco , Paris | 08/05/2022 às 10:16
Lula paz e amor retorna
Foto: REP
    PARIS - O discurso do ex-presidente Lula da Silva no lançamento de sua candidatura a presidente da República num centro de convenções em São Paulo foi no estilo Emmanuel Macron, presidente eleito da França e seu apoiador, no tom moderado quase centrista bem no modelo do francês. 

 

E até uma expressão usada por Macron, em sua posse, de que pretende tornar a França uma potência econômica e ecológica, Lula disse que pretende transformar o Brasil entre as maiores economias do mundo. 

  

Não saberia dizer se Lula e Macron conversaram ou se foi mera coincidência. Macron, na França, é visto como centrista e distante de Jean-Luc Melécheon, principal líder da esquerda do país e que, recentemente, construiu uma aliança com o Partido Socialista, os Verdes e o France Insoumice por ele criado em 2008; e Marine Le Pen, a líder da direita.

Lula, pois, se comportou como um centrista agora alinhado com um direitista Geraldo Alckmin, que virou também centrista, e adotou um tom moderado em todo pronunciamento, sem se arriscar a improvisos porque neste caso fala sempre bobagens, destacando realizações do seus governos, já conhecidos do público - Bolsa Familia, Minha Casa, PróUni, etc - o combate a fome dando números que  ninguém nunca acreditou uma conta de 36 milhões de pessoas que deixaram de passar fome, criticou Bolsonaro também de forma moderada (Alckmin foi até mais duro do Lula contra Bolsonaro) e destacou o papel da soberania nacional.

  Esta, sem dúvida, foi a melhor parte do seu discurso, ainda que os petistas e os esquerdistas acreditem nesse tipo de fala, de manter a Petrobras, Eletrobras, BB e outros; de resgatar a soberania do Brasil e do povo brasileiro, porque o que se viu no último governo petista com Dilma Rousseff foi o escândalo do petrolão. Então, falando para os seus - a esquerda - o discurso se encaixa muito bem, mas, de uma forma geral a população não acredita nisso. 

  Lula também procurou isolar uma possível terceira via na disputa eleitoral do próximo dia 2 de outubro estabelecendo como premissa "um Brasil das verdades (presumivelmente, o dele) e das mentiras (presumivelmente) o de Bolsonaro; da edução e ou dos fuzis, como dito, além de um posicionamento contra o fascismo remetendo esse dito na direção de Bolsonaro. 

  Bolsonaro tem se utilizado desta mesma linha de raciocínio destacando que existe no Brasil uma disputa entre o mal (presumidamente, Lula) e o bem (presumidamente, ele) e também isolando a terceira via que parte da população do Brasil espera, mas, não aconteceu até agora, nem dá sinais de que vai acontecer. Ciro Gomes que parecia ser uma esperança ultimamente só tem falando coisas radicais e que mais assusta do que une; e Dória, mal sai de 3% nas pesquisas nacionais perdendo feio em seu próprio estado SP que é o mais importante colégio eleitoral do Brasil.

 Então, ao que estamos verificando pela fala de Lula ele quer mesmo o confronto contra Bolsonaro a quem acusa de ter recolocado o Brasil no mapa da fome e ter endividado em 77% das famílias brasileiras, e se apresentar com defensor das estatais, em especial, a Petrobras e a Eletrobras.

  No nosso entendimento, Lula falou para os seus - a esquerda enjaulada pelo PT - PCdoB, PSB, parte do PSD, Verdes, Solidariedade - mas não convenceu ninguém fora desse circulo no sentido de sensibilizar-se para votar nele. 

  Pelo visto teremos no Brasil a disputa entre os dois radicais Bolsonaro (direita) e Lula (esquerda) e eles próprios estão incentivando isso.