O rei sol quer ser o dono da transposição e Bolsonaro ironiza o PT
Tasso Franco , Salvador |
10/02/2022 às 18:32
Bolsonaro e a transposição do Rio São Francisco
Foto: REP
No mesmo dia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista que a transposição é uma herança de seu governo. Em resposta, Marinho afirmou que a obra foi marcada por “abandono e desperdício” nos anos em que esteve sob a gestão petista. O ministro é um dos que deve se afastar do governo em abril para disputar o pleito este ano. Marinho quer tentar uma vaga no Senado pelo Rio Grande do Norte.
“Eu vi um ex-presidente, de forma jocosa, ir às redes de comunicação dizer: ‘nós fizemos esta obra’. A transposição do São Francisco não tem dono. O dono dessa obra é o povo brasileiro”, afirmou o ministro.
De olho no ativo político representado pelo fornecimento de água a regiões secas do Nordeste, três presidenciáveis tentam manter suas digitais na megaobra de transposição. Além de Lula e Bolsonaro, o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PDT) tenta emplacar sua responsabilidade pela transposição.
A estratégia do governo Bolsonaro tem sido fracionar os lançamentos e realizar o máximo de entregas até as eleições. Desde o primeiro ano de seu mandato, o presidente faz viagens ao Nordeste para inaugurar trechos da obra de forma fracionada. O chefe do Executivo cumpriu agenda em três Estados da região esta semana, marcando presença em compromissos relacionados à transposição.
COM PT NÃO IA SAIR NUNCA
O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a obra da transposição do Rio São Francisco “não ia sair nunca” se o PT ainda estivesse no poder. A declaração ocorreu durante visita do chefe do Executivo à Elevatória de Salgueiro/PE (EBI-3), em Pernambuco. O presidente publicou um vídeo nas redes sociais em que aparece andando de pé em uma picape, ao lado de ministros do governo, fazendo o comentário enquanto conhece o percurso.
Em cerimônia de inauguração do Núcleo de Controle Operacional da Transposição do Rio São Francisco. No discurso, em uma tentativa de aproximação e de quebrar resistências, Bolsonaro chamou a região de "meu Nordeste".
Depois, seguiu para o Ceará, em Jati, onde participou da cerimônia alusiva ao ato de liberação das Águas do Rio São Francisco no Estado. Na ocasião, o presidente completou que as verbas desviadas de estatais como a Petrobras dariam para construir 50 transposições do Rio São Francisco e ainda falou em "atraso" e "falta de compromisso" do PT em governos anteriores. O chefe do Executivo disse ainda que "falta d'água não é mais problema para a região".