Pequenos grupos heterogêneos se formam na entrada da mata, de frente para as casas. Há homens e mulheres de todas as idades, às vezes em uniformes do exército, às vezes em parkas escuras ou jaquetas rosa, com as bochechas coradas pelo frio. Uma senhora, de óculos finos e chapéu puxado para baixo, avança timidamente, parecendo um pouco perdida. “Você sabe onde se registrar? Esta é a minha primeira vez aqui. »

Valentina Tinyakova, 52, é administradora de imóveis. Neste sábado de fevereiro, ela é um dos cento e vinte e sete civis do mesmo bairro que vieram acompanhar o treinamento militar ministrado pelo exército em Kiev, capital ucraniana. Em cinco horas, eles aprenderão os fundamentos da guerra e primeiros socorros para os feridos. Vindo "para ver", Valentina não imagina ir para a frente, mas espera "ajudar [seu] país" e "ser útil" no caso de uma escalada com Moscou.

Perante a ameaça de uma nova ofensiva russa, dos quais 130.000 soldados estão concentrados nas fronteiras, cada vez mais civis ucranianos estão a frequentar estes cursos de formação, destinados aos reservistas das Forças de Defesa Territoriais da Ucrânia. As autoridades não comunicaram um número a nível nacional, mas em todo o país multiplicam-se os cartazes para encorajar a população a juntar-se a esta brigada de voluntários do exército.