Bolsonaro, de sua parte, sinalizou que faria pouca diferença sua visita a Bahia, neste momento, uma vez que se assim o fizesse com sua presença no Extremo Sul e Sul as críticas do PT não cessariam em relação a ele, uma vez que esteve no Estado, em Itamaraju, no início da tragégia, sendo bem recebido pela polução, mas o governador e os petistas não pouparam criticas dizendo que viera só fazer política. Em sendo assim, não virá na virada do ano e assume o desgaste que não considera tão desgastante como se propaga, uma vez que seu governo está presente com um grupo de ministros atuando na tragédia.
Na avaliação dos governistas, Bolsonaro não perderá 1 voto sequer com essa postura, uma vez que seu eleitorado sendo radical cativo, em nada altera o cenário de sua possível trajetória da reeleição no estado. Pelo contrário, quando mais despreze Rui, melhor, e o governador que assuma seu papel de gestor e deixe de ficar choramingando criticando os valores dos investimentos que o governo federal fará em relação a recuperação de áreas do estado.
Auxiliares que reprovam o comportamento de JB ponderam, contudo, que, embora à distância, Bolsonaro tem mantido contato permanente com os ministros que estão na ponta do problemas e por isso, segundo elas, as ações de socorro do governo federal não foram prejudicadas.
Em O Globo, reservadamente, um ministro e um congressista próximo ao Planalto admitiram que a determinação do presidente em não cancelar o período de descanso gerou incômodos. O ministro diz que faltou “empatia” a Bolsonaro.
Traçando um paralelo com seu superior, diz que ele próprio ficou dois dias com a roupa do corpo supervisionando as ações da pasta que comanda nas áreas atingidas pelas chuvas no Sul da Bahia, que, além dos mortos, deixaram 91 mil pessoas desabrigadas. Nos últimos dias, Bolsonaro se dedicou a passear de moto aquática no litoral catarinense.
O governador da Bahia, Rui Costa, foi às redes sociais mandar indiretas ao presidente. Sem citá-lo nominalmente, escreveu que não há como governar “sem cuidar das pessoas”. “Nas zonas rurais, há muitas pontes destruídas, o que representa um prejuízo enorme. (…) À medida em que faço essas visitas, vou identificando, junto com a equipe técnica, as necessidades que envolvem limpeza das ruas, desapropriação de áreas para novas casas, além do acolhimento às pessoas” publicou Costa em seu perfil no Twitter.
Essa disposição de Rui em politizar o assunto tem sentido uma vez que o governador também passa por desgaste na medida em que a população enxerga como agentes de defesa dos seus pleitos, o imediato socorro e outros no campo da proteção à saúde, saneamento, água, etc, sendo responsáveis o município e depois o estado. Tanto que os prefeitos - gestores que estão mais próximos dos cidadãos - fazem o que podem na distribuição de cestas básicas e o que estão aos seus alcances.
Rui, que inicialmente, criticou a postura de Bolsonaro ao visitar Itamaraju, como uma visita política; adota, agora, a política, para tentar desgastar o presidente, por sí só, já desgastado, porém, fazendo aquilo que Tancredo Neves dizia, cuidando dos seus, do que ainda tem. E, nesse campo, quando mais JB isola Rui, seus partidários admitem como correto e o importante são as ações do governo federal como um todo, com ou sem Bolsonaro presente.